O Plano

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— Flaysa, somos nós!

Era a voz do Alexy. Os meus amigos não paravam mais de bater na minha porta. Eles me viram sair correndo e cabisbaixa da escola e decidiram me seguir. Eu sabia que eram Rosalya, Alexy, Melody, Peggy, Íris, Violet, Kim e Priya pelas suas vozes persuadindo minha mãe para lhes deixar entrar na nossa casa. E eu acho que ela só deixou porque eu já tinha falado deles para ela.

— Entrem. — eu respondi alto depois de alguns segundos de muita insistência por parte deles, então a porta abriu e o grupo adentrou devagar o meu quarto.

— Uma pergunta, mocinha: — depois de todo mundo finalmente se aconchegar, alguns em pé, outros sentados no leito da minha cama e em cadeiras do meu quarto, e outros deitados no meu tapete felpudo, Alexy foi o primeiro a se pronunciar. — por que você está tão pra baixo?

— É, conta pra gente o que aconteceu… — Rosa foi uma das que se sentou na minha cama, ela e Íris, para ser mais exata. — Somos seus amigos, não somos?

Até então eu estava deitada de barriga para baixo e prestes a enterrar o meu rosto num travesseiro. Mas não o fiz. Me sentei de pernas cruzadas do lado da Rosa e apoiei o meu queixo no seu ombro. Expliquei toda a história da Debrah e o que aconteceu momentos atrás na escola em frente ao meu armário.

Os meus amigos ficaram caladinhos durante toda a minha explicação. Eu nem parei para analisar suas expressões enquanto falava senão eu me perderia na minha linha de raciocínio ou esqueceria alguma parte importante da história. Mas no final eu olhei para eles. Todo mundo estava com as mais diversas expressões descontentes e chocadas.

Ninguém nem sequer falou alguma coisa depois que terminei de falar, todo mundo ficou lá olhando para a cara um do outro. Aquele silêncio estava me dando tanta angústia que eu decidi quebrá-lo perguntando:

— O que vocês acham de tudo isso?

A galera ainda continuou calada, a maioria provavelmente sem saber o que responder. Exceto a Melody. Ela mordia o canto do lábio inferior e olhava para os lados, até que alguns segundos depois decidiu falar:

— Eu acho que você devia entrar nesse joguinho e se vingar dela.

Todos os olhares das pessoas presentes naquele quarto se voltaram à ela. Todos nós a encaramos de maneira confusa, o que a motivou a continuar falando:

— Ah, qual é, gente! Nós conhecemos a Debrah a mais tempo, sabemos que ela não presta e não me surpreende que ela tenha mais planos arquitetados para atacar a Flaysa e talvez a gente também! Seria bom se alguém lhe pusesse em seu devido lugar, e eu sei que todo mundo aqui já quis fazer isso! Se ninguém fizer nada ela só vai se fortalecer e construir uma própria ditadura naquele Colégio!

Teve dois pontos em sua fala que me fizeram ficar surpresa: eles já saberem que peça é a Debrah e quererem se vingar dela. Eu achei que ela tinha pegado birra só de mim! Mas pelo visto a garota já atacou outras pessoas do grupo reunido no meu quarto também (para não dizer todo mundo).

— Isso é verdade. — Kim se pronunciou. — Mas eu acho que seria melhor todos nós pensarmos em um troco coletivo, então. Assinamos embaixo, assim a Flaysa não seria muito exposta e todos nós iríamos nos "vingar" da Diabrah.

Eu adorei esse apelido "Diabrah", realmente expressa bem o que eu achava da Debrah naquele momento. 

— Eu concordo com a Kim. — Alexy falou. — Mas o foda vai ser ter criatividade para bolar um plano bom. Alguém tem alguma ideia?

Silêncio total.

— Eu sei de alguma coisa. 

Foi a Rosa quem disse. Todo mundo prestou atenção nela.

𝑭𝒍𝒂𝒚𝒔𝒂: 𝑶 𝑰𝒏𝒊𝒄𝒊𝒐 𝒅𝒂 𝑱𝒐𝒓𝒏𝒂𝒅𝒂 | Amor Doce ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora