CAPÍTULO 13

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De volta a sua residência, Arthur foi direto ao gabinete de seu pai, onde sabia que o mesmo estaria.

— Pronto, meu pai. Consegui convencê-la a apressar o casamento para que você e Meredith possam seguir para sua aposentadoria no campo o quanto antes.

Embora fosse um cavalheiro muito bem educado, diga-se de passagem, Arthur sequer notou a outra figura presente ali. Uma que ele conhecia bem.

— Que bom que está aqui. O Duque acaba de pedir a mão de sua irmã em casamento — informou o Conde, deveras animado com a boa nova.

Josh não moveu nem um centímetro. Temia a reação do amigo e por isso se manteve quieto, esperando por algum golpe ou xingamento.

— Ah. Espero que esteja certo de sua decisão porque em todos esses anos de amizade jamais ouvi um comentário sequer sobre seus sentimentos por Eloise. — disse o jovem com seu tom ácido.

— Por favor, Arthur, deixe de ser rude — interrompeu o mais velho — Estou completamente convencido do amor que sentem um pelo outro.

Inconformado, o jovem Beauchamp se aproximou e sentou-se ao lado do Duque, o encarando ferozmente.

— Ah, é, meu pai? E posso perguntar como diabos eu nunca fiquei sabendo disso?

Novamente o Conde ia interrompê-lo, mas era a vez de Josh dar um basta a aquelas acusações.

— Eu entendo que queira proteger sua irmã, Arthur, mas não admito que duvide de mim ou dos meus sentimentos por ela. Sim, pode ser algo que eu tenha percebido só recentemente, mas isso não faz com que meu amor seja menor ou menos válido. Se não sabe respeitar o que eu sinto, ao menos respeite o que parte dela, que sempre nutriu tais sentimentos por mim e você, mesmo vivendo sobre o mesmo teto, jamais percebeu!

Aquilo foi o suficiente para calá-lo, mas não por muito tempo.

— Parece muito seguro do que diz, Roux.

— Diferente de você, eu suponho.

Arthur estava pronto para insultá-lo mais uma vez, porém foi impedido por seu pai, que levantou-se e seguiu para o meio de ambos.

— Rapazes, por favor. São amigos há tanto tempo e ainda insistem em fingir que não se conhecem bem — ele riu, apoiando as mãos nos ombros dos cavalheiros — Josh, tem minha permissão para casar com Eloise.

— Pai, peço que recon...

— Calado — prosseguiu o patriarca — Arthur, sabe de minha condição e também sabe que sua irmã não pode ficar sozinha para sempre. Não haverá ninguém que cuide dela melhor que Josh e no fundo, bem no fundo, você está feliz com esse noivado.

Realmente o velho tinha razão. Percebia o quanto Eloise era solitária, mesmo com ele ao seu lado e tendo uma família que a amava e apoiava, ainda faltava um amor genuíno para torná-la mais feliz.

— Bem, se prometer que jamais irá machucá-la, ou traí-la e, principalmente, que vai cuidar dela com todo o amor e carinho que ela merece, então... sim, não vejo porque não concordar com essa união.

Um sorriso iluminou o rosto de Josh, que assentiu prontamente e estendeu a destra para um aperto de mãos, que foi retribuído com certa relutância.

— Ótimo, tudo nos conformes. Agora, alteza, se me der licença eu preciso falar a sós com meu filho. Eloise deve estar o esperando.

Logo, pai e filho estavam sozinhos no gabinete. O patriarca estava agora em pé próximo à janela, observando o jardim. Seu filho se aproximou e também passou a contemplar a vista.

Lady de YorkOnde histórias criam vida. Descubra agora