CAPÍTULO 23

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Algumas semanas se passaram e a Lua de Mel dos recém casados parecia não ter fim. Os empregados quase não dormiam direito à noite com os barulhos que ouviam, e nem durante o dia podiam fazer direito seus afazeres, pois vez ou outra corriam o risco de interromper um momento íntimo do Conde e da Condessa. O único momento pacifico, diga-se de passagem, era do desjejum até parte da tarde, onde cada um se ocupava com uma tarefa importante.

Arthur ficava em seu escritório cuidando dos negócios, e Beatrice cuidava dos assuntos do castelo, além de estar com planos em mente.

Naquela tarde a jovem estava na biblioteca quando sua governanta informou sobre a correspondência que havia chego. Dentre os vários envelopes endereçados ao seu marido, um em especial lhe chamou a atenção. Haviam escritas douradas e pequenas flores desenhadas nele com as iniciais E & J. Bea soube logo do que se tratava e correu ao encontro de Arthur para abrirem juntos.

— Está aberta — respondeu o jovem ao ouvir as batidas na porta. Um sorriso largo se abriu ao perceber a figura feminina adentrando o cômodo — Ah, finalmente a hora da pausa...

— Pare de ser bobo — riu ela. — Não vim aqui para isso. Chegaram as correspondências .

— Ah, isso? Poderia ter pedido para alguém entregar, assim não alimentaria minhas esperanças — Arthur já seguia em direção a esposa, a quem depositou um beijo delicado na testa — O que tem de importante aí?

Ao mostrar o envelope decorado, o jovem Conde teve seu rosto iluminado por um sorriso. Finalmente a data para o casamento de sua irmã havia sido marcada.

— Felizmente temos tempo para pensar em presentes. Aposto que será uma cerimônia linda — comentou a Condessa — Do que ela gosta? E Josh?

— Ah, bem, Eloise adora joias delicadas e livros. Já leu todos os que temos pelo menos cinco vezes — riu — E Josh gosta de itens de coleção, coisas raras.

— Ótimo, é isso o que terão — Beatrice estava tão animada que não percebeu a mudança no humor de seu marido, que agora estava mais melancólico e para baixo — Podemos encomendar uma joia para Eloíse e meus tios são muito amigos de um Marquês solteirão que vive viajando para descobrir coisas perdidas... — ao notar o ar de melancolia no esposo a Condessa tratou logo de se calar. Felizmente ela o conhecia o suficiente para saber no que estava pensando.

— Somos amigos há anos e ela é minha irmã caçula... jamais imaginei que pudessem vir a se apaixonar — o suspiro do rapaz preencheu a sala — Estou muito feliz e apreensivo ao mesmo tempo. É normal?

Como filha única, Bea não sabia responder a tal pergunta, mas tentou colocar-se no lugar do marido ao imaginar como agiria se Rosalind algum dia viesse a se casar.

— Bem, eu ficaria preocupada com a felicidade de Rose se ela se encantasse por algum cavalheiro, mas ninguém além dela pode decidir se será bom ou não. Nós dois sabemos como são as coisas quando alguém interfere nos sentimentos alheios.

Como sempre sua esposa estava certa, o que o tranquilizou. Seria muito mais fácil saber que havia se casado com uma mulher tão inteligente e serena.

— Tem razão... — estendeu a canhota a ela, a tomando carinhosamente em seus braços enquanto admiravam a vista para o jardim pela enorme janela — Eu já disse o quanto te amo hoje?

Um sorriso envergonhado iluminou o rosto da jovem. Adorava ouvir os galanteios de seu marido.

— Só algumas doze ou quinze vezes, mas ainda é pouco.

Ambos riram e Arthur depositou um beijo gostoso na curva do pescoço de sua amada, que inevitavelmente arrepiou-se toda.

— Eu te amo, senhorita Birtwhistle... amo cada pedaço seu, cada detalhe.

Ainda com as bochechas enrubescidas, Bea virou-se e enlaçou seus braços no pescoço de Arthur, olhando fundo em seus olhos.

— Eu te amo, meu lindo e charmoso Conde de Bath.

Após trocarem alguns beijos, novamente ficaram admirando o jardim pela janela por um tempo que não era possível mensurar. Arthur sentia o perfume doce de Beatrice e sabia que não precisava de mais nada no mundo além dela.

Beatrice acariciava a própria barriga onde havia uma pequena protuberância e sentia que não precisava de mais nada no mundo além de seu amado e a família que estavam começando a construir juntos.

— Querida, acho que perdemos a noção do tempo.

— Como sempre, meu amor — riu ela — Mas antes de irmos tenho algo importante para contar...

FIM

(ou o início de algo muito maior)

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Pessoal, quero agradecer MUITO quem chegou até aqui. Eu sei que demorei demaaaaaaaais para publicar esse capítulo, mas aconteceram muitas coisas nesses meses, além do bloqueio criativo, mas aqui está. Juro que foi o melhor que eu consegui NO MOMENTO, mas foi de coração. A ideia é fazer uma trilogia com nossas damas, mas não sei quando sai o próximo livro. Espero que gostem e indiquem para amigos se for o caso. 

Obrigada por tudooooh! <3 

Lady de YorkOnde histórias criam vida. Descubra agora