Uma nova realidade.

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No meu quarto, eu estava outra vez em meu quarto. Já me encontrava com outra roupa e cabelo úmido, tinham me banhado. Eu odeio quando alguém faz isso, não gosto que me vejam nua. Não sei quem me banhou, também não que saber.

 Acho que já era dia, a porta estava fechada, mas tinha um cheiro maravilhoso vindo do lado de fora. Eu ainda não tinha comido nada, não sabia a quanto tempo já estava sem comer. Estava vestindo um vestido longo e num tom de lilás quase imperceptível, calço as sandálias, ainda me intriga o fato delas terem o tamanho exato do meu pé. Abro a porta lentamente e consigo escutar algumas vozes.

-Nem consigo imaginar como se encontra minha ama depois de uma revelação desse nível. – era Diaval. Talvez estivessem falando sobre mim? Não posso simplesmente achar que tudo gira ao meu redor, não mais.

-Diaval mais se caso ela tivesse sido criada por Malévola, você não estaria onde está agora, ou Aurora teria crescido sobe os cuidados de Stefan. De certa forma era para ter acontecido. – Dizia uma voz fina, porém familiar. Saio do quarto de uma vez, acho que assustou as pessoas no local. A dona da voz fina e estridente era uma fadinha de vestes rosadas, havia uma outra de vestimentas verdes que segurava com dificuldade um vaso com uma flor em rons de azul. Confesso nunca ter visto algo do tipo, nada disso na verdade. Magia era algo que eu acreditava existir, mas não da mesma forma retardada em livros, filmes ou até séries de televisão.

-Ora veja quem acordou! – Diaval falava animado – como se sente?

-Melhor, só estou com muita fome. – falei e as fadinhas se aproximaram de mim, voando em círculos ao meu redor como se procurassem algo.  Acredito que acharam, foi uma gritaria horrenda com algo na minha nuca, seria a minha marca de nascença?

-Tudo bem, vamos deixa-la se alimentar. Fizemos coisas de acordo com o que já tinha aqui. É a sua casa né? – Assinto com a cabeça. – se alimente que vou mostra-la a Moors.  

   Fui atrás de sentar-me a cadeira de meu costume e as fadinhas com ajuda de magia puseram tudo a mesa, comi o máximo que pude, mais com cuidado para não parecer alguém se educação. Ao terminar o prato que estava comendo, pus na pia para lavar depois, queria muito explorar Moors. A fadinhas cochichavam sobre mim, eu não me preocupei em nada. São iguais ao filme, e ainda tinha fadinha que virou flor.

   Moors durante o dia era incrível, era realmente algo magico, Diaval já tinha me apresentado a tudo e todos. Eles também foram muito receptíveis a minha pessoa. Perguntei se poderia ficar um pouco sozinha, ele apenas assentiu e saiu. Segui algo que lembra uma trilha até um penhasco, acho que era o mesmo do primeiro filme. Ainda me intriga o fato de estar em um universo de filme. A alegria não é duradoura, logo lembro de como é minha vida, e quando eu acordar desse sonho? Será que voltarei a sentir a mesma paz que sinto aqui? Sentei me a beira deste mesmo lugar, e me permito admirar a paisagem. Algo insano nasce em mim, algo me dizia para pular, meu corpo adormece me fazendo cai um pouco, e cai, não por que quis, algo me empurra, antes de encostar no chão sinto algo me agarrando, sem pensar duas vezes retribuo o mesmo ato, agarrando o pescoço de quem me salvara. Percebo quem é depois de um curto tempo. Malévola. Posso sentir meus pés tocando no chão, aquela altura eu já estava descalça, tento falar mais nada sai de minha boca, até que a mais velha se pronuncia.

-Por que pulou? – Não sabia o que falar. Queria sair dali, o olhar da mais velha não saia dos meus, parecia querer descobrir olhando para minha alma. Me incomodava, olhei para o lado e tentei correr, foi em vão, Malévola agarrou meu braço e seu olhar suplicava por uma explicação. Já ouvi sua historia contada diversas vezes e de maneiras diferentes, mais nunca imaginei que um ser superior olhasse dessa forma pra mim, que tipo de pessoa eu seria pra estar vivenciando algo assim. – Eu quero que me diga por que pulou! – Ok! Malévola pedindo ao invés de ordenar é novidade.

-Eu não pulei! Algo me empurrou, não vi o que era!

- Eu teria visto se alguém tivesse te empurrado! – Malévola levantou o tom de voz, mas não gritou.

-Estava me vigiando? O que acha que eu sou, que tipo de ameaça acha que sou? – Levanto o tom de voz e sinto minha cabeça queimando, seria ela? Meus olhos começaram a queimar, tentei não demonstrar, acredito que não foi o suficiente, sinto ela me puxando outra vez para seus braços, o quão leve eu estou para isso?  Meu corpo queimava e me sentia cada vez mais fraca, eu não sou uma boneca de porcelana, mas aqui eu me torno cada vez mais fraca. O ar gélido passam a cortar minha pele como se não fosse nada. Seguindo o sol até uma ilha onde parte dela era uma montanha, a mais velha adentra em um buraco, o ar gélido que antes me cortava agora é úmido e congelante. Começo a sentir um sono como se não dormisse a um mês inteiro, é aconchegante os grandes braços de Malévola e durmo ali mesmo.

-------------------------- Malévola --------------------------------

A presença dela ainda me assusta, passei a imaginar como minha vida seria se ela estivesse crescido onde deveria, e por que ela foi para um mundo tão estranho e diferente do dela. Fico vigiando de longe a sua caminhada com Diaval, ela parece tranquila com as criaturas daqui, logo percebo Diaval saindo e deixando-a só, ela olha ao redor e sai andando pela floresta, indo a caminho do penhasco, olha ao redor e se sentou, escuto um barulho atrás de mim, procuro e não acho ninguém, me viro para frente outra vez e a vejo caindo. Voo o mais rápido possível ao seu encontro, sinto algo errado com o seu corpo, algo circulando cada centímetro dela. Tento descobrir por que ela pulou, mas acabo gerando uma discursão, percebo seu rosto perdendo a cor e a puxo pra mim. Levo ela a única que pode ajudar. No caminho sinto sua temperatura aumentar drasticamente, já estávamos quase chagando quando a sinto desfalecer em meus braços. A temperatura continuou subindo, parecia labaredas ardentes, o sangue foi esvaindo de seu corpo e me deixou ainda mais desesperada. Chegamos ao destino e voo em direção do quarto da curandeira, que já se encontra a minha espera.

-Deite-a aqui! – Tulip falou docilmente enquanto me informava o local. – Foi uma adaga envenenada. Alguém tentou mata-la.

   A ira subiu de forma que quase não consegui me conter, o quarto começou a encher rapidamente.

-Teremos que acordar a magia dela, se não fizermos isso ela morre, se despertamos a magia dela não existirá limites do que ela poderá ser capaz de fazer. Você decide!

-Não faça perguntas tolas! Faça o que for possível para traze-la de volta, salve-a!

Ela começou a sussurrar algumas palavras e o corpo da jovem começa a levitar, era de certa forma aterrorizante, como explicar a ela? “À você é uma semideusa que foi criada e moldada por outros deuses, que por um erro foi mandado para um lugar diferente de seu mundo!”

  Uma forte ventania se alastrou pelo local rodeando a jovem se juntando e “explodindo” em seguida. Enormes asas surgiram logo depois, chamas em tons roxos e azul.
 
   O colar de coração que havia em seu pescoço brilhou logo em seguida, um pequeno "universo" se espandiu no quarto e ela acordou.

Flos Lunae  - Flor Da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora