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É uma longa estrada, quando você encara o mundo sozinho
Ninguém estende uma mão para você segurar
Você pode encontrar amor, se você procurar dentro de si mesmo
Mariah Carey - Hero ”
        

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Martinne, ainda sonolenta, esfregou os olhos, tentando dissipar a névoa do cochilo da tarde. Os gritos do pai reverberavam através das paredes, criando um zumbido de alarme em sua mente sonolenta. O coração dela começou a bater mais rápido, e um calafrio percorreu sua espinha quando ela imaginou o que poderia ter provocado tal alvoroço. Com os pés descalços pressionando o carpete macio, ela seguiu pelo corredor à procura da fonte dos gritos, nervosa e temerosa do que poderia estar esperando por ela.

Ao se aproximar da cozinha, a menina testemunhou a figura imponente de seu pai, encurvado sobre Jacob, seu irmão mais novo, que olhava para baixo com os olhos cheios de lágrimas. O brilho fragmentado de vidro espalhado pelo chão se misturava com a tensão no ar. A voz do pai reverberava com raiva enquanto repreendia Jacob por quebrar um dos poucos copos que restavam da coleção antiga da família. Martinne sentiu um aperto no peito, uma mistura de empatia por Jacob e frustração pela explosão desnecessária de seu pai.

Cada músculo do corpo da menina pulsava com uma raiva contida enquanto ela se aproximava, os olhos fixos no pai, cujo rosto vermelho refletia a ira descontrolada. O som dos xingamentos ressoava nos ouvidos dela como um zumbido incessante, alimentando sua raiva. Ela podia sentir o calor da tensão no ar, misturado com o odor do suor de seu pai. Os olhos de Jacob se encheram de esperança ao ver sua irmã mais velha confrontando o homem que ele temia, enquanto Martinne reunia toda a coragem para desafiar a autoridade paterna e proteger seu irmão.

― Você tem merda no cérebro ou a bebida consumiu até isso? ― destilhou as palavras com ódio.

― Você sempre está passando a mão na cabeça deles. Eles estão sempre quebrando coisas. Precisa aprender uma lição.

Martinne virou-se para Jacob e disse com firmeza.

― Jacob, por favor, vá para o seu quarto agora. ― sua expressão estava tensa, uma mistura de preocupação e irritação, enquanto ela lutava para manter a compostura diante do conflito em curso. O garoto, com os olhos cheios de lágrimas, assentiu silenciosamente e saiu da cozinha, deixando para trás um rastro de desânimo e confusão. Martinne fechou os olhos por um momento, sentindo o peso da responsabilidade pesar sobre seus ombros.

Seus olhos faiscando de rancor e as mãos trêmulas de raiva contida, ela se voltou para o pai, despejando suas frustrações acumuladas com um tom de voz carregado de ressentimento.

― Você sempre faz tudo parecer um fardo, não é? Sempre tem que destruir as coisas de alguma maneira. Não é de se admirar que ninguém queira ficar por perto. ― As palavras cortantes ecoaram na cozinha, criando um silêncio pesado que se espalhou como uma névoa venenosa, deixando um rastro de amargura no ar. O pai olhou para ela com um misto de surpresa e mágoa, sem saber o que dizer em resposta.

Ela sentiu a raiva fervilhando dentro dela, ameaçando transbordar a cada palavra que ela proferia. Seus olhos faiscavam de frustração acumulada enquanto ela encarava o pai, cujo olhar vacilava entre culpa e ódio.

― Você precisa dar um jeito de pagar o aluguel e o resto das contas, e talvez, só talvez, deixar de lado essa maldita bebida por um segundo. Você não vê como está destruindo tudo ao seu redor? ― A voz da menina era cortante, as palavras carregadas com o peso de anos de desapontamento e preocupação. Joseph permaneceu em silêncio por um momento, sua postura encurvada sob o peso da crítica impiedosa da filha.

Vermelho: a cor do sangueOnde histórias criam vida. Descubra agora