Vermelho: a cor do sangue

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“ Velha alma, suas feridas estão à mostra
Eu sei que você nunca se sentiu tão sozinha
Mas aguente, levante a cabeça, seja forte
Oh, aguente, aguente até que os ouça chegar
Sia - Angel by the Wings ”

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IIIII

Martinne abriu os olhos lentamente, sentindo a dor penetrante da luz que invadia o quarto através das cortinas abertas. Ela notou a presença reconfortante de Scarlet e Brandon ao seu lado, ambos parecendo preocupados com sua condição.

― Você dorme demais. ― Brandon comentou enquanto se deitava ao lado dela.

Scarlet se aproximou carinhosamente e acariciou seus cabelos, tentando tranquilizá-la.

― Deixe-a descansar, Brandon. Ela deve estar exausta. ― a loira interviu.

― Fique quieta, se eu sair, Martinne terá que me mandar embora. ― Brandon cruzou os braços e as pernas, desafiador.

― Não aguento mais vocês dois. Quem foi o idiota que deixou vocês aqui comigo? ― ela empurrou levemente o amigo da cama e fechou os olhos, buscando um momento de paz e silêncio.

Com um suspiro frustrado, ela sentiu a exaustão pesar sobre seu corpo enquanto tentava se ajustar na cama. A dor latejante em seu ombro era uma constante lembrança do incidente que a deixara ali, no hospital. Ela podia ouvir os sussurros abafados dos dois amigos ao seu redor, uma mistura de preocupação e irritação pairando no ar.

Scarlet soltou um suspiro suave, visivelmente tentando conter suas próprias emoções conflitantes. Ela olhou para Brandon com uma expressão cansada, prestes a dizer algo, mas depois decidiu permanecer em silêncio. Era evidente que os dois tinham suas próprias tensões para resolver, mas no momento, a prioridade era cuidar da menina.

Enquanto os murmúrios de conversa continuavam ao seu redor, Austin fechou os olhos mais uma vez, deixando-se levar pelo silêncio reconfortante que se estabeleceu lentamente no quarto. Ela sabia que teria que enfrentar os desafios que estavam por vir, mas, por enquanto, permitiu-se afundar na tranquilidade temporária daquele breve momento de paz.

Havia se passado três longos dias que se arrastaram no hospital, cada hora parecendo uma eternidade para a garota. O ambiente impessoal e os ruídos constantes dos monitores e dos passos apressados dos enfermeiros criavam uma atmosfera de tensão e ansiedade ao seu redor.

Enquanto ela lutava para se recuperar, seus amigos mais próximos, Brandon e Scarlet, permaneciam ao seu lado. O sorriso reconfortante de Villares tentava dissipar a angústia que a envolvia, enquanto Collins se esforçava para ser o pilar de força que ela precisava.

― Somos seus amigos mais próximos. Por isso ficamos para te cuidar. ― o garoto disse com um sorriso sincero, tentando elevar o ânimo da amiga.

― E únicos amigos também. ― Martinne fingiu estar ofendida com o comentário da loira.

Scarlet deu de ombros suavemente e caminhou até a mochila que trouxe, procurando alguma coisa para distraí-la.

Enquanto a ela procurava algo na mochila, Brandon, com delicadeza, mexia nos fios castanhos da amiga. Um silêncio momentâneo se instalou, preenchido apenas pelo zumbido distante dos equipamentos médicos.

― Seu pai disse que quer ver seus irmãos.

A notícia fez com que a menina se lembrasse das complicações que surgiram desde o acidente. O advogado de seu pai havia conseguido uma prisão domiciliar, levando-o de volta para casa. Preocupada com a segurança de seus irmãos, ela implorou para que não ficassem sob os cuidados do pai sem sua presença. Para garantir sua proteção, seus amigos, Scarlet e Brandon, se revezavam para cuidar dos dois pequenos.