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" Tenho um segredo, você pode guardá-lo? Jure que esse você vai guardar
Melhor trancá-lo em seu bolso, levando-o para a sepultura
Se eu lhe mostrar, então eu sei que você não vai contar o que eu disse
Porque duas pessoas podem guardar um segredo se uma delas estiver morta
Gnarls Barkley - Who's Gonna Save My Soul"

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A garota retorna para sua sala, todos os seus colegas a olham estranho. Com as condições nas quais foi retirada da sala não tão difíceis, os alunos começaram a fofocar que Martinne Austin fosse uma das culpadas pela morte do filho do prefeito.

A professora Tayyin a olhou por alguns segundos para a garota e retomou a explicação da matéria; a garota se recolocou em seu lugar. Ignorou todos pelo restante das aulas, as fofocas sobre ela e os amigos já circulavam por toda a escola.

― Aposto que ela e Henry quem planejaram isso. Steve sempre disse que Henry tinha inveja dele.

Martianne bufou de raiva; esse havia sido apenas mais um dos comentários que ouviu o dia inteiro. Sua última aula era de teatro, a primeira com o novo professor. Ignorou todos os olhares e ofensas que ouvia e seguiu em frente. Brandon e Henry haviam sumido, mas era óbvio que os dois estavam juntos. Eles eram como unha e carne, assim como ela e Scarlet.

Ela adentrou o imponente teatro da escola, escolhendo a última fileira de cadeiras em um ambiente relativamente vazio, desprovido até mesmo da presença do professor.

À medida que mais alunos se juntavam, a garota tentou evitar o olhar das pessoas, mas seus esforços foram em vão quando Stacey, trajando salto alto, se dirigiu decididamente em sua direção.

― Você é realmente corajosa. ― a ruiva se colocou de frente para a morena, cruzando os braços. ― Mesmo depois de, supostamente, assassinar um dos meus amigos, ainda se mistura como se fosse algo normal. ― Joana estendeu um lencinho, e ela enxugou lágrimas que não existiam.

Austin exasperadamente jogou a cabeça para trás, exibindo sua total falta de paciência para as intrigas da menina.

― Eu não matei ele. ― as palavras dela foram cuspidas com veemência.

Stacey, incrédula, torceu os olhos em descrença.

― Não acredito em você.

Ela fitou a ruiva por alguns segundos; sua expressão contrastava com a semana anterior. Seus olhos denotavam cansaço, e nem a maquiagem exagerada conseguia ocultar isso.

― Sinto muito, Stacey. ― a morena se levantou, provocando confusão no olhar da ruiva ― Não ligo se quer acredita ou não. Estou dizendo, não matei Blanche, não tenho motivos, e mesmo que tivesse, não sujaria minhas mãos com o sangue dele. ― Aproximou-se de Bennett, encarando-a intensamente.

Martinne passou decididamente por Stacey, indo em direção à porta. No entanto, a garota, repentinamente, avançou com intensidade quando a viu passar.

Stacey, enfurecida, agarrou a menina e desferiu um tapa, desencadeando um confronto físico entre as duas, enquanto o tumulto se desenrolava no teatro.

A briga entre elas rapidamente atraiu a atenção de outros alunos no teatro. O tumulto se intensificou, vozes se elevaram, e o novo professor entrou apressadamente, tentando restaurar a ordem no caótico ambiente.

O professor conseguiu separar tirar Martinne de cima da Stacey, colocando um fim temporário na briga. O silêncio tenso pairou no teatro enquanto os olhares acusadores se cruzavam, aguardando o desenrolar dos eventos que envolviam acusações, lágrimas e tensões palpáveis.

Vermelho: a cor do sangueOnde histórias criam vida. Descubra agora