Vermelho: a cor do sangue

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“ Sei que é para o meu bem
Eu nunca cresci com você
E você não é minha sala de espera  
Waiting Room - Phoebe Bridgers”

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Martinne ainda estava em choque ao ver Rosalie na sua frente.

— Ela está bem? — Robin perguntou, se aproximando para segurar Emmry.

— Robin, o que essa mulher está fazendo aqui? — Martinne não tirava os olhos da mãe, que também a encarava.

Rosalie deu um passo à frente, tentando parecer calma, mas a tensão no ar era palpável.

— Martinne, eu só quero conversar. Não sabia que você estaria fora, esperei a noite toda. — disse Rosalie, com a voz trêmula.

Martinne deu uma risada amarga.

— Conversar? Depois de todo esse tempo, você acha que pode simplesmente aparecer e conversar? — Ela balançou a cabeça, incrédula.

Robin olhou para as duas, claramente desconfortável com a situação.

— Martinne, eu estava esperando o lanche quando a campainha tocou, eu não sabia quem era quando atendi, ela disse ser sua mãe. — Robin sussurrou para a garota.

Martinne respirou fundo, tentando controlar a raiva.

— Leva a Emmry pro quarto, eu vou resolver isso. — ela disse, entregando Emmry para a loira.

Robin assentiu e, com cuidado, levou Emmry escada acima, deixando mãe e filha a sós.

— Ela de longe é muito parecida com Nora. — disse Rosalie em voz baixa, observando Robin subir com Emmry bêbada.― Você mudou bastante... Está linda... ― um brilho peculiar surgiu nos olhos da mulher, porém Martinne não conseguia ver magia.

― Passaram-se alguns anos desde que você abandonou seus filhos. ― ela comentou com frieza.

― Eu sei que errei, Martinne. Mas preciso que me ouça, por favor. ― Rosalie implorou, com os olhos marejados.

Martinne suspirou, sentindo o peso das palavras de Rosalie. Ela não estava preparada para confrontar o passado, mas também sabia que não podia simplesmente ignorar a presença da mulher que um dia fora sua mãe.

— Como você soube onde eu morava? — perguntou Martinne, ainda em choque.

— Eu vi vocês hoje, na loja de bebês. Você está grávi... — antes que Rosalie pudesse terminar, Martinne a interrompeu.

— Isso não interessa a você. — ela respondeu com grosseria. — Vai embora, não é hora para conversarmos.

Rosalie deu um passo para trás, visivelmente abalada pela reação da filha.

— Martinne, por favor, só quero falar com você. Aquele dia no mercado, tive a impressão de já ter visto você. Mas quando ouvi seu nome ontem, tive a certeza. — implorou Rosalie, com a voz cheia de emoção.

Martinne cruzou os braços, mantendo-se firme.

— Não deveria ter me seguido. Por que não continuou com a sua vida? Igual fez naquela vez que me abandonou. — disse ela, demonstrando toda a mágoa guardada. Não esperava ver a mulher.