XIII

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Sasuke estava impaciente. As escadas perversas mudavam e mudavam, afastando-o do quinto andar, seu destino divino.

Embora os corredores estivessem vazios e escuros, ele ainda se sentia eufórico, enérgico e inquieto. Mesmo depois de horas, ainda era capaz de ouvir uma confusão de tons e vozes; multidões histéricas gritando seu nome, urrando por culpa da vitória que carregou por sua casa, a vitória que deu a Sakura, seu vivido amuleto da sorte, sua preciosidade, aquela cujo seu coração esperneava o nome e clamava carente.

Os quadros ranzinzas pendurados nas paredes altas e largas do corredor que Sasuke adentrava, reclamaram por culpa da claridade que emanava de sua varinha. Uma luz branca, forte e quase viva cintilava na ponta do objeto mágico, muito mais intensa do que normalmente seria. Isso era culpa da excitação e do entusiasmo que sentia e fazia sua magia tornar-se difícil de ser controlada, inconstante.

O jovem Sonserino, encorajado por suas fantasias caminhava apressado, batendo os pés com desespero contra o chão de pedra do castelo, passando pelo quarto andar com certa pressa.

Mal podia suportar sua própria ansiedade. Cada parte sua clamava por um nome específico, um nome amaldiçoado, doce e ácido, dual, assim como ela.

Sakura Haruno...

Mordia os lábios pensando na garota atrevida, pensando no modo como ela o olhou antes de sair de sua tenda, no modo como o intimou a pegar o pomo de ouro e disse, lascívia, que faria tudo que ele quisesse.

Desgraçada!

Corvina safada. Pensava. Tão safada...

Sasuke matutava sobre o que o aguardava no banheiro dos monitores. Sakura prometeu-lhe um banho quente, e ele queria desesperadamente isso. Queria que ela cumprisse com sua palavra, com a frase que falou em voz alta quando sentada em seu colo:
"Pode ter o que quiser hoje, capitão."

Aquilo não o deixava ter paz. A pequena boca maliciosa de Sakura sussurrou-lhe o que seria o paraíso. Se ela estivesse ajoelhada ao dizer-lhe tal coisa, pensaria que era uma espécie de sonho, um ideal imaginário.

Enquanto os outros sonserinos cercavam-no e jogavam-no para cima, cantando seu nome como uma canção dos sereianos, Sasuke só conseguia pensar nela. Só conseguia pensar em Sakura, e idealizá-la aberta, as mãos separando as bandas da bunda, o cabelo para o lado, costas expostas, olhar de feiticeira e aquela maldita língua dizendo devagar: faz o que quiser comigo, apanhador.

Queria cada pedaço daquele pequeno corpo e se corroía de vontade e desejo.

Ao alcançar a grande porta dupla, ornamentada e enfeitada por espirais bem trabalhadas e douradas, chegou a suspirar de alívio por não ter sido impedido de tal coisa na metade do caminho.

Era tarde, já passava do horário que haviam combinado. Os elfos já foram dormir há quase uma hora, e só agora ele teve oportunidade para encontrá-la.
Necessitava tocá-la, ver de perto suas íris coloridas e maliciosas, o sorriso desdenhoso, cruel e belo dela. Necessitava da voz sensual, a comemoração secreta que faria junto a Sakura por sua incontestável vitória contra Grifinória, aquela língua desgraçada rodeando a cabeça do pau, a realização de todas as fantasias que já teve antes de dormir.

Seus sussurros eróticos dizendo: mais fundo, mais rápido, mais forte. As palavras gemidas repetindo-lhe: faça o que quiser comigo. O que quiser. Faça o que quiser, Sasuke.

Num ímpeto, adentrou o cômodo decidido, bem disposto a realmente fazer o que quisesse. Ela se arrependeria de sua fala, a promessa que lhe fez. Se arrependeria de provocá-lo tanto e por tanto tempo. Se arrependeria por tê-lo chupado no corredor, porque ele pediria outro boquete como aquele.

Corvus l SASUSAKUOnde histórias criam vida. Descubra agora