Corvus l SASUSAKU

EXTRA

Oi, já tem tempo que eu não apareço por aqui, tenho atualizado apenas "Ikigai" e "Como Fogo e Pólvora" no spirit, mas tenho adorado os comentários daqui da plataforma, muito obrigada.

Eu gostaria de ter escrito esse especial para postar no halloween, mas só pensei em um especial igual a este, então, boa leitura!

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A paixão, por muitos da família Haruno, descendentes diretos de Ravenclaw, sempre foi considerada um sofrimento evitável. Diziam que era a maior condenação de um bom bruxo; o ponto entre o sucesso e o fracasso, onde se decidia quem prosperava, e quem se desfazia em ruína.

Eles diziam, estóicos e severos: tome um gole de ódio, mas não respire paixão.

E Sakura tentou fazer isso.

Ela bebeu da raiva por tanto, tanto tempo. Não foi um gole ou dois. Se esbaldou dela. Alimentou, aos poucos, de forma gradativa, para ver se satisfazia a pequena coisa agarrada em seu peito, cravada em sua pele; ela tomou o quanto pode de rancor, e tentou afogar seu coração com doses fortes de humilhação a Sasuke Uchiha, mas nunca funcionou.

Até o que era ruim, foi se tornando uma característica singular de como ela e Sasuke lidavam um com o outro. Sua família esteve absolutamente errada por muito, muito tempo. Não dava para ignorar ou substituir a paixão. Nenhum sentimento era o equivalente para tomar seu lugar. Ela tentou tanto… mas quando percebeu, já estava envolvida por uma teia complexa de sentimentos, amarrada a ele. Não que fosse ruim, apenas era desta forma. O que tinha no seu coração, por Sasuke, era um tipo de sentimento que já começava sufocante, e ia ficando pior; cada vez mais intenso, intimidador, arrebatador e viciante.

Estava tão viciada nele. E não havia o que fazer para tirá-lo de sua pele. Para tê-lo longe de si. Não tinha o que fizesse que limpasse seu coração já carimbado com o nome dele, ou que tirasse os rastros de seu toque lascivo, da boca esperta, e das palavras que já haviam sido ditas.

Não tinha o que ser feito com seu coração. 

Com sua cabeça.

Não tinha o que ser feito para contornar a paixão latente que queimava em seu peito. E, a pior verdade, é que ela gostava de que fosse assim.

No começo, até pensou que era uma aventura muito quente estar com Sasuke Uchiha. No começo, até chegou a achar que o que havia entre os dois era uma explosão de raiva, que virou atração. Mas o tempo passou, e as coisas continuaram como no início, com os sentimentos dela borbulhando, incapazes de serem reprimidos.

Quem sente paixão, ou morre de paixão, ou vive com paixão. Sakura entendeu que a vida era desse jeito. 

— Minha mulher. Na minha casa. — Ao ouvir a voz sussurrando-lhe rente ao ouvido, ela arrepiou. — E, muito em breve, na minha cama, chamando o meu nome, tomando com força o meu pau.

A respiração de Sakura ficou presa entre o pulmão e a garganta, como se ela estivesse petrificada. Cada palavra dita por Sasuke em um murmúrio macio, fazia seu coração errar uma batida. Não tinha uma vez que fosse diferente, era sempre intenso e desafiador estar na presença dele.

Sentiu uma risada quente em sua nuca, junto com o toque firme dos lábios de Sasuke em sua pele.

— Não suporto esse seu jeito prepotente de falar. — ela deu um passo à frente para desvencilhar-se do contato. — Me faz te querer menos.

— Não me convenceu com esse papo, Deusa. O que vem agora? Vai dizer que me odeia, que detesta meu toque, que não é para beijar você? — ele disse debochando.

— Ah, eu não faria isso. Falar que você não tem dado conta das suas próprias promessas de sexo e, por isso não aguento mais te ouvir sussurrar sacanagem, causaria muito mais efeitos em você.  — Sasuke levantou uma de suas sobrancelhas.