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- 𝗠𝗮𝘆𝗮 𝗔𝘂𝗯𝗶𝗻𝗲𝘁 -

⚠️ gatilho ⚠️

— Pai, por favor, não!! — eu dizia chorando, implorando para o meu pai parar, eu não aguentava mais —

— Eu já te disse, fique longe deles!! — ele dizia me dando mais uma cintada, semana passada alguns amigos meus se ofereceram para passar o fim de semana aqui em casa, meu pai não gostou disso. —

— Mas pai por fav — fui cortada quando sinto uma ardência em meu rosto, ele havia me dado um
Tapa. —

— Não me interrompa!! — disse ele me fuzilando com os olhos — eu não quero saber de mais nada. Pode se despedir daqueles delinquentes, estou farto dessa cidade, farto dessa casa, farto da minha vida, farto de você!!!

— O que?! — disse sentindo meus olhos lacrimejarem — Não, pai, por favor, eles são tudo o que tenho!!

Não pude evitar, eu estava chorando.

Mais uma vez, uma ardência em meu rosto, ele havia me batido, novamente.

— Eu disse sem mais!!! — ele disse gritando — você não serve para nada mesmo. — a raiva era perceptível em sua voz, eu não aguentava mais isso... mamãe por que me abandonou??

Eu fui para o meu quarto, assim que cheguei, peguei o telefone, digitando o número de Sofia primeiro

...

— Eu não acredito nisso Maya!!! — disse ela no telefone, da pra perceber que ela está chorando — logo agora que nós estávamos indo tão bem??

— Eu sinto muito Sofia, tenho que ligar para o Léo, meu pai não vai me deixar se despedir pessoalmente — eu havia parado de chorar, mas logo sinto meus olhos enchendo d'água —

— Amiga, não, por favor, não desliga! — ela dizia desesperada — eu não vou aguentar tanto tempo assim sem você!! — confesso que até eu não sei como. —

20 segundos... estava um silêncio desagradável

— Maya, ande logo com isso!! — meu pai gritava irritado no andar de baixo. — ou eu mesmo precisarei resolver??

— Eu te amo Sofia — eu disse me acabando em lágrimas — nunca esquecerei de você!!

Eu desliguei o telefone, já esperando o que aconteceria a seguir..

Já se passaram 10 minutos e nada..

Que estranho, meu pai sempre me bate quando algo do tipo acontece...

Deito em minha cama, abraço meu travesseiro e começo a pensar, pelo menos quando voltar para Denver, terei o meu irmão!! Eu acho... não sei se ele se lembra de mim, faz tanto tempo...

...

07:30am

Acordo com um vento gelado em meu rosto, eu dormi sem comer nada, e até esqueci a janela aberta.

Eu estava com uma sensação estranha, eu já havia feito algumas malas, só faltava colocar meus itens de higiene pessoal.

Eu estava muito triste, a cada objeto colocado na mala, eram lágrimas escorrendo pelo meu rosto e caindo diretamente no meu lençol, aquilo era uma tortura, eu estava indo bem na escola, depois de 8 anos nessa merda de cidade, só esse ano tudo começou a andar bem.

As vezes eu me pergunto, por que?? Por que logo comigo?? Eu poderia ser qualquer uma por aí!! A minha vida é desprezível, quanto para mim e quanto para o meu pai

Eu sei que sou a decepção da família.

Que família aliás?? Só tenho algumas tias que moram distantes e que não ligam para minha existência, e meu irmão, que nem se lembra de mim.

Meu pai?? Nem conta, ele parece mais um chefe, que só me agride e me dá ordens.

Minha avó!! Ela é minha razão de aguentar, ela me ama realmente, eu sei disso.

Mas tem o problema, meu pai odeia minha avó!! Até mesmo porque ela é da minha parte materna da família

Então eu só vou visitá-la 4 vezes ao ano, no máximo

Eu sinceramente não aguento mais apanhar e servir de saco de pancadas na escola e do meu pai!!

No começo era tudo diferente, eu usava maquiagem e tampava as marcas, hoje nem ligo, todos pensam que é apenas por conta das brigas que me meto na escola, mesmo sem não fazer nada.

Ah, quase que eu ia me esquecendo, finn, ou melhor, Finney, ele era meu melhor amigo, até eu me mudar, queria que ele ainda estivesse na escola, provavelmente não, mas nem sei se ele se lembra de mim, sou um peso na vida dos outros, por que precisariam lembrar de mim??

Eu havia terminado tudo, meu pai optou por ir de ônibus para Denver, já que não queria pagar avião, ele até pagaria para si mesmo, mas como sou menor de idade, preciso de acompanhante, ele não liga pra mim, sou apenas como sua boneca, não uma filha.

Já estamos no ônibus, estou pensativa...

...

Acordo já no carro, já era terça feira?? Eu estava arrumada para a escola e já chegando lá.

Assim que piso lá dentro, escuto um chiado de microfone muito alto... presto bem atenção para ouvir

" olá pessoal, temos uma aluna nova, ops, uma fracassada!! Palmas para esta estranha!!, ohhh ela vai chamar a mamãe?? Oh esqueci que ela está morta!! "

Eu estou entrando em pânico, por que comigo??

Todos começam a rir e alguns a jogar coisas em mim, eu não entendo!! Como isso está acontecendo??

Até ontem ninguém nem sabia da minha existência

Vejo alguém se aproximar, ele ou ela usava os cabelos soltos com um pano amarrado na altura da testa, como uma bandana, ele veio e me deu um tapa na cara!! Estou furiosa

— quem você pensa que você é?? — disse ela.. ou ele?? — anda, me responda!! — a voz era masculina... estou confusa

— eu?? — o que eu falo?? — por que?? — falei tudo embolado, estou apavorada.

De repente, essa pessoa de cabelos longos me empurra, isso foi estranho, espera, eu ainda estou caindo, como é possível?? Ouço vozes exclamarem meu nome com raiva, eu estou caindo em um lugar sem fundo!!

Estou entrando em desespero, até que sinto alguém tocar no meu ombro

— Ei, garotinha — minha acompanhante no ônibus diz — acorde, já chegamos em Denver.

— que sonho estranho.. — digo baixo, quase sussurrando.

— Perdão, o que disse?? — disse a ruiva simpática

— Nada, nada.. Muito obrigada por me acordar!! — digo rindo —

— não há de que, menina bonita!! —

Espera, alguém me elogiou???

Notas da autora

Bom, esse é o meu primeiro livro, espero que não se importem em verem erros de escrita, por favor, deixe seu voto ou seu comentário, agradecida, capítulo todo dia, caso haja algum imprevisto, avisarei o quanto antes


Beijinhos na testa de vcs 💕

- 𝐛𝐞𝐥𝐨𝐯𝐞𝐝 𝐞𝐧𝐞𝐦𝐢𝐞𝐬 -  Robin Arellano Onde histórias criam vida. Descubra agora