❂ Cap. 15

6K 592 271
                                    

Após comerem, S/n e Ryo foram colocar a flor num vaso, como prometido antes pelo garoto. Luffy continuou na cozinha, segundo ele, fazendo a digestão.

- Vê se pega um resistente, afinal, ele vai ficar num navio. - Reveria-se ao vaso para a flor.

- Não acha que está exigindo demais?

- Não! Apenas revogando o que você prometeu.

- Eu não prometi tão detalhadamente.

- Já que deixou os detalhes em aberto, então eu mesma decidi.

- Agora entendo porque dizem "o mundo é dos espertos".

- Acho que vagar sozinha por aí me deu um pouco de conhecimento.

- Dá próxima vez vou prestar mais atenção.

O garoto foi até uma estante que continha vasos de diversos tipos e escolheu um que parecia ter um material melhor que os demais. Logo em seguida, pediu para S/n pegar a terra que ficava nos fundos da loja.

- Tudo pronto. Só não vai esquecer e deixar ela morrer.

- Eu tenho mais empatia com plantas do que com humanos, não vou deixar ela morrer.

- Pelo visto, você realmente nasceu pra ser assassina.

- Eu não diria isso, ainda me importo com pessoas próximas.

- Provavelmente não se importa comigo e vai esquecer rapidinho quem te deu esta flor.

- Não é pra tanto, eu não tenho alzheimer. E criei um certo afeto por você.

Os dois não contavam que Luffy estaria a poucos metros de distância, voltando da cozinha, o garoto do chapéu de palha ouviu a última parte da conversa e sentiu um certo aperto no peito que decidiu ignorar.

Aquele sentimento estava comum nos últimos dias, Luffy não entendia bem e tinha até um certo receio já que ficava com raiva de quem se aproximasse de S/n, ele temia pelos momentos em que agia por impulso graças a esses sentimentos estranhos.

- Eu tenho certeza de que nunca irei esquecer que conheci alguém da família Satsujin.

- Eu posso esquecer dessa ilha porque é só mais uma dentre as outras, mas vou lembrar de você quando regar a flor. - Sorriu.

- Isso soa meio român...

- E aí, gente, pegaram a flor? - Luffy chegou do nada.

- Digestão rápida, ein? - A garota ficou feliz em vê-lo.

- Eu não queria ficar sozinho lá, já tava ficando estranho.

- Por acaso tem medo de ficar sozinho? - Provocou.

- Claro que não!

- Bom, a flor já está prontinha. - Ryo afirmou, sorridente.

- Então podemos ir.

- Não acha que está muito folgado? Come, pega a flor e vai embora. - Ela cruzou os braços.

- Ué, quer que eu fique olhando pra cara desse menino o dia todo?! - Parecia irritado.

- É minha impressão ou você não gosta de mim? - O azulado ficou meio desconfortável.

Tanto Ryo quanto S/n acharavam estranho a repentina mudança de humor de Luffy. O azulado agora tinha certeza dos sentimentos do chapéu de palha, o ciúme estava mais que evidente. Já S/n, se recusava a pensar nesse tipo de hipótese.

- Foi mal, eu só tô meio cansado, sabe? - Ficou envergonhado ao perceber que exagerou.

- Eu já estava começando a achar que tinha feito algo de errado...

- Você tá parecendo um bebezão, fica irritado quando tá com sono ou com fome. - S/n riu.

- Eu?

- Quem mais seria?

- É melhor vocês voltarem para o barco e descansarem. Voltem ao anoitecer, para o festival.

- Tá aí, uma ótima ideia! Vamo'?

- Então tá... A gente vai se ver de novo, né?

- Nossa, já tá com saudade? - O tom brincalhão dele não agradou Luffy. - Bom, o espaço do festival não é tão grande, então acho que sim. - Tentou amenizar a situação ao ver o ciúme no ar.

- Até mais tarde. - S/n estendeu o braço para ele e apertaram as mãos.

- Até.

- Obrigado pelo almoço... - Falou baixinho, ainda tímido graças aos sentimentos descontrolados.

- Não há de quê! Foi uma honra almoçar com duas pessoas tão legais.

Luffy sorriu, mas, ainda assim, não conseguiu dispensar aquele sentimento estranho que lhe corroeu quase por completo. Certamente, ele não tinha nada contra Ryo, qualquer pessoa que o alimente ganha uns pontos a mais, mas ele continua sentindo isso que não entende muito bem.

- Será que o Chopper já voltou pro navio? - Luffy questionou enquanto caminhavam.

- Tá com saudades dele, é?

- Eu acho que tô doente...

- Nossa. Mas tipo, do nada?! Tá se sentindo mal? - Ficou preocupada.

- Tô com uma sensação estranha faz um tempo.

- Então é melhor examinar mesmo, meu pai sempre dizia que é ruim guardar doença.

- O homem é inteligente, ein?!

- Sim e ele gosta muito de ler, que nem a Robin.

- Eu não entendo muito esse negócio de gostar de livros, mas todo mundo que gosta é mó inteligente.

- Depende do que você considera inteligência. - A fala deixou Luffy pensativo. - Quanto ao que você tá sentindo... É muito ruim?

- Depende, as vezes é sim.

- Tô meio preocupada, você não é de reclamar atoa.

- Não se preocupa, o Chopper é um ótimo médico. Tenho certeza que vou melhorar rapidinho.

- É melhor a gente se apressar, ficar caminhando no meio do sol quente com certeza não vai ajudar.

- No meio do sol?

- É uma forma de falar.

- As vezes o que você fala parece um enigma.

- Eu não sabia que era tão difícil de entender...

- Naam, eu te entendo bem, só as vezes fica difícil.

- Entendi.

𝙶𝙸𝚁𝙰𝚂𝚂𝙾́𝙸𝚂 𝙰𝚃𝚁𝙰𝙴𝙼 𝙰𝙼𝙾𝚁 ❁ Luffy ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora