❂ Cap. 26

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A garota despertou e imediatamente, cobriu seus olhos com a mão esquerda para acostumar-se com a claridade. Ela tentou localizar-se e viu algo leve pousar sobre seu rosto. Um chapéu?

- O sol tá forte hoje, né? - Imediatamente, a garota reconheceu a voz e sentou-se, retirando o chapéu de seu rosto.

- Quase fiquei cega. - Coçou os olhos.

- Tá com fome?

- Hm... - Ela parou para pensar, por um momento, como se estivesse analisando. - Não.

- Como não? Eu tô morrendo de fome!

- Isso devia ser novidade?

- Acho que não. - A aura do garoto muda drasticamente e ele suspira. - O pior é que a Nami brigou com o Sanji, então ele não vai querer cozinhar. Será que vou morrer de fome? - Questionou, melancólico.

- Não ia morrer tão rápido. E eu sei cozinhar.

- Sério?! Por isso que eu te amo! - Luffy abraçou a garota e continuou assim por um tempo.

- Não é nada demais, mas acho que dá pra retardar a sua morte.

- Eu tenho certeza que vai ficar ótimo! - Levantou-se e estendeu a mão para S/n.

- Não confie tanto... - Ela levantou, com a ajuda dele.

Luffy comia silenciosamente, o que acabou deixando S/n ansiosa. Ela sabia que não chegava nem aos pés de Sanji, mas o silêncio do capitão era estranho demais. Ele tentou criar essa atmosfera propositalmente, era óbvio que havia gostado, não era tão difícil agradá-lo.

- Terminei. - Ele sentou-se mais preguiçosamente na cadeira onde estava.

- O que achou?

- Tava muito bom, a única coisa ruim é que acabou.

- Então pra quê aquele suspense todo? - S/n puxou a bochecha do garoto.

- Sei lá. Só achei que seria engraçado.

- Você me paga, Monkey D. Luffy, isso foi maldade!

- Tô sem grana, rapá.

- Paga com os rins.

- Epa... Aí não, preciso deles. - O garoto começou a levantar vagarosamente, como uma presa tentando escapar.

- Você tem dois, não seja egoísta. - Aproximou-se de Luffy, enquanto ele tentava escapar. Só não perceberam que ele havia enroscado o tornozelo na cadeira. Ele caiu e acabou puxando S/n consigo, na tentativa de segurar-se, que não deu muito certo.

- Eita lasqueira... - Coçou a cabeça. - Se machucou?

- Não. Você é muito humilde, me puxou porque não queria cair sozinho, né? - Ela o encarou.

- Naam. Eu tava tentando me segurar, mas não deu.

- Como conseguiu cair assim?

- Você tava perto demais. Na verdade, ainda está... - Já não conseguia mais olhar para a garota acima dele. S/n decidiu aproveitar para provocá-lo:

- Fica nervoso quando está próximo de uma mulher? Ou simplesmente tem medo de mim? - Riu.

- Não tenho medo de você e não ligo para mulheres. Acho que... É algo específico.

- E o que seria? - Aproxima-se mais, para criar uma atmosfera provocativa.

- Não ligo para mulheres, mas você é o meu ponto fraco. - A mente deveras inocente de Luffy deixa-o completamente relaxado, ele simplesmente fala o que pensa, sem nem pestanejar. E isso acabou fazendo a garota fraquejar, mas ela não desistiu.

- Contando seu ponto fraco para mim? Você é corajoso. - Ela usou uma de suas mãos para segurar os pulsos de Luffy, imobilizando-o.

- Você não me mataria nem se precisasse do dinheiro da recompensa.

- Como tem tanta certeza?

- Os seus olhos refletem o que você sente. - Agora, S/n tentava entender como ele se esquivava tão bem das perguntas.

- Ai, desisto. - Ela o liberta e, aproveitando o momento, o garoto inverteu a situação fazendo-a ficar encurralada entre seus braços.

- Por que desistir tão rápido?

- Sei lá. Preguiça? - Olhando-a nos olhos, Luffy sentiu uma vontade incontrolável de beijá-la, mas é interrompido por alguém que entra na cozinha:

- O que aconteceu aqui, gente? - Chopper tentava entender porque eles estavam caídos, junto de uma cadeira.

- Me enrosquei todo na cadeira e cai. Acabei puxando a S/n comigo. - Ele levantou vergonhosamente.

- Vocês se machucaram? - Correu até S/n e verificou se havia algum ferimento.

- Tá tudo bem. Não tenho nenhum arranhão. - Ela o tranquilizou.

- O pessoal quer falar com você.

- Acho que vão me pedir para sair do navio... - Imediatamente Luffy abraçou-a e segurou sua mão, dizendo:

- Eu vou com você. Sou o capitão desse navio, não vou deixar que falem nada de ruim!

- Não quero que você discuta com a tripulação. Se precisar, eu vou embora.

- Eu discuto o tempo que for necessário, mas você não vai embora. - S/n decidiu não insistir, Luffy é muito teimoso.

Todos estavam juntos esperando por S/n, exceto o espadachim, que estava um pouco mais distante, apenas observando. A garota começou a calcular o quanto ele a odiava agora.

- Eu senti sua falta! - Nami correu para abraçar S/n e Ussop fez o mesmo.

- Sem você eu trabalho que nem burro de carga. - O atirador choramingava. S/n ficou feliz, pelo menos seus dois amigos não a odiavam.

- Ai, param de choramingar! - Sanji puxou os dois dos braços da garota. - Senhorita Satsujiiiin~, o navio não é o mesmo sem a sua beleza!

- Eu também senti sua falta, Sanji. - Ele a abraçou, Luffy ficou enciumado pois sabe como o cozinheiro é, mas ficou em silêncio.

- Achei que vocês me odiariam depois do que fiz... - Satsujin desabafoi e acaba olhando para Zoro, que falou:

- Te achar lenta não quer dizer que eu te odeio. - O espadachim falou claramente e vira-se para o outro lado. - Senti sua falta. - Falou tão baixo que se tornou inaudível.

- Quê?

- Vou dormir! Parem de fazer barulho.

- Ninguém aqui te odeia. - Robin se aproximou de S/n. - Todos sentimos sua falta.

- Mas eu...

- Seus motivos não eram ruins e você já se redimiu, não se preocupe. - Ela pousou sua mão sobre o ombro de S/n, por uns instantes, e saiu.

- Eu não ganho abraço, também? - Chopper puxou a roupa de S/n, como uma criança faz para chamar a atenção.

- Claro que ganha, o seu é o mais especial. - Ela se agachou e abraçou a pequena rena.

- Ei, S/n. - Luffy cutucou a garota fazendo-a olhar para ele. - Eu também quero abraço, poxa...

- Ela está me abraçando agora, Luffy. Espere sua vez. - Chopper afirmou, fazendo S/n rir.

𝙶𝙸𝚁𝙰𝚂𝚂𝙾́𝙸𝚂 𝙰𝚃𝚁𝙰𝙴𝙼 𝙰𝙼𝙾𝚁 ❁ Luffy ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora