❂ Cap. 22

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S/n caminhava nervosamente pelo navio em direção a Luffy. Ela pensava no que falar, mas tudo que vinha a sua mente era aquele maldito "plano" ,com certeza, ela jamais devia ter se aproximado tanto assim dele.

O estrago já estava feito, os sentimentos existiam tão claramente que até as pessoas ao redor percebiam. Tentando manter sua mente sã, longe das ilusões do amor, Satsujin pensava "Não posso matar ninguém que está com o coração partido", por mais que no fundo ela soubesse que seu coração era o que mais doía e mais doeria no futuro.

- Luffy?

Ouvindo a voz daquela garota, por um momento, um sorriso quase tomou conta de Luffy, mas ele ainda não conseguia parar de pensar no que Zoro havia dito. Definitivamente, apaixonados são tão sensíveis quanto papel molhado.

Não obtendo resposta, ela aproximou-se mais de Luffy e julgou que, naquele momento, tudo o que ele precisa era um caloroso abraço. Ela o abraçou, abraçou como se não houvesse amanhã, como se aquele fosse o último instante de toda a existência. Até que sentiu algumas lágrimas escaparem.

Sentindo as lágrimas dela escorrerem em seu ombro, imediatamente Luffy esqueceu de qualquer outra aflição e a preocupação tomou conta de sua mente.

- Por que você tá chorando?

A preocupação e o medo estavam mais do que evidentes na voz de Luffy. S/n optou por não responder, afinal, o que poderia falar? Não podia falar sobre Yukari, muito menos sobre o plano. Apenas abraçou-o mais forte.

Entendendo o recado, Luffy permaneceu em silêncio e finalmente retribuiu o abraço de uma forma completamente afetuosa. Por mais aflitos que estivessem, aquele abraço lentamente lhes devolvia o ânimo, era tudo que os dois mais precisavam, estar nos braços um do outro.

- Desculpa, eu vim aqui para tentar te ajudar, mas acabei invertendo a situação.

- Eu tô bem, mas, meio preocupado com você.

- Tá estampado no seu rosto que você não está bem, e... Eles me contaram o que aconteceu.

- Foi só mais uma besteira do Zoro, eu tô de boa.

Por mais que tentasse, era evidente que o sorriso de Luffy não era mais o mesmo. Aquilo deixava S/n completamente deprimida, mas também, motivada a ajudá-lo.

- Luffy, você sabe que não me incomoda, né? - Obtendo apenas o silêncio do garoto, continuou: - Eu gosto muito da sua companhia, de como você é atencioso comigo. Você sempre faz eu me sentir totalmente especial.

Vendo aquele sorriso puro no rosto de S/n, Luffy não aguentava mais reprimir seus sentimentos. Ele a beijou, beijou como se naqueles lábios estivessem toda a verdade da existência do universo,como se naquela garota residissem todas as coisas boas do mundo...

Afogou-se naquele sentimento quando ela o retribuiu e os dois sentiam-se aliviados, por um momento. Afastaram-se levemente apenas para recuperar o fôlego.

- Tem certeza que minha presença não te incomoda? Acho que o Zoro tem razão, eu vivo te perseguindo e...

- Não gaste mais seu precioso tempo pensando nisso, com certeza não é verdade. Já disse que adoro estar perto de você, se me incomodasse, eu teria dito. E... Se tem alguém perseguindo sou eu, que vim até aqui pra te perturbar.

Ela riu levemente e o garoto retribui, logo o silêncio se instalou e os dois apenas trocaram olhares ficando envergonhados.

- Eu já fui perseguido por gente ruim, acredite, não chega nem perto disso. - Luffy tentou desmanchar aquele clima estranho.

- Pois é, eu também.

Enfim sederam a vontade de se aproximar, mas apenas encostaram seus rostos, sentindo a respiração um do outro e fechando os olhos para relaxar por completo. Luffy levou suas mãos até as de S/n e entrelaçou seus dedos.

Mais do que nunca, ela esperava que o tempo parasse. Assim, não precisaria cumprir o seu "destino" maldito. Não poderia abrir mão de seu pai que estaria sofrendo sabe-se lá o quê, nas mãos daqueles marinheiros corruptos. Era tanto amor em jogo que ela simplesmente não queria ter que lidar com isso.

Para a infelicidade da garota, Ussop que estava na parte mais alta do navio bisbilhotando, acabou se deparando também com uma ilha.

- PESSOAL! UMA ILHA, TEM UMA ILHA ALI NA FRENTE! REPITO! TEM UMA I...

Antes que Ussop pudesse continuar, Zoro assustou-o jogando uma de suas espadas na direção dele. A espada cravou na madeira, bem do lado do rosto do garoto que fugiu de medo.

- Ninguém tá surdo, para de gritar! - Reclamou.

Saindo da cozinha, Robin observoj Luffy e S/n que já haviam mantido uma distância segura depois de ouvir os gritos de Ussop.

- Uma ilha nova, é? Que mistérios será que nos aguardam a partir de agora?

- Dessa vez, por incrível que pareça, o Luffy não acabou com toda a comida. Teremos menos trabalho hoje. - Sanji sorriu, animado, pois teria mais tempo para ficar com suas damas.

- S/N E LUFFY FICAM CUIDANDO DO BARCO! - O moreno saiu rapidamente seguido por Nami, Chopper, Sanji e Robin. Zoro saiu depois, preguiçosamente, apenas pensando em cerveja.

- Pelo visto agora somos só nós dois. - Ele olhou para o céu.

- É... A propósito, temos algo à tratar.

Naquele instante o olhar de S/n mudou, estava de um jeito que Luffy jamais havia visto. No lugar daquele olhar gentil, haviam olhos vazios, junto de uma expressão indecifrável.

- Pode falar.

- Olha, não é pessoal nem nada... É que... Eu realmente tenho que fazer isso. Não tenho escolha.

- Fazer o quê, rapá?

- Algo necessário para salvar o meu pai... Só... Me desculpa.

O garoto apenas observou atentamente S/n pegar umas de suas facas. A lâmina mais brilhante e afiada entre todas.

- Essa é a mais eficiente, assim podemos fazer isso rápido.

Naquele instante, os olhos da garota estavam tomados por um brilho vermelho inesquecível para quem o vira. Luffy não conseguia mover um músculo, era isso o que os Satsujin conseguiam fazer, paralisar quem fosse nomeado seu alvo.

Enquanto observava Luffy, ela via todos os pontos vitais do corpo dele brilharem num tom rubro. Fazia parte das habilidades passadas pelos seus antepassados. O lugar que brilhava mais forte, o coração, era o alvo.

- Desde que te vi pela primeira vez, o seu coração brilhou mais forte... Aí eu soube imediatamente o que deveria fazer. Estilhacar o coração do nosso querido capitão.

Por mais que tentasse, ela não conseguia disfarçar sua voz chorosa, mas permanecia séria. De repente, Zoro foi em direção a S/n, como uma bala que acabou de ser disparada, deixando uma de suas espadas apontada diretamente para a garganta dela.

- E eu achando que era uma declaração de amor. Pelo visto, você quer o coração dele de outra forma.

Ela riu pesadamente, estava mais para uma risada desesperada, mas aquilo não importava no momento.

- E o que vai fazer... Roronoa Zoro?

- Eu vou...

Quando tentou se mover, Zoro percebeu que estava na mesma situação de seu capitão, tentou não se desesperar pois já notou que era impossível se livrar disso.

- Você era o segundo alvo. Então trate de não ir muito longe.

Ela falou a última parte, sarcasticamente, indo em direção a Luffy.

𝙶𝙸𝚁𝙰𝚂𝚂𝙾́𝙸𝚂 𝙰𝚃𝚁𝙰𝙴𝙼 𝙰𝙼𝙾𝚁 ❁ Luffy ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora