10° Capítulo - Maldições

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Um silêncio carregado de preocupação se instaura no ambiente enquanto todos nós tentamos filtrar o que Sienna acabou de falar.

Stacy toma a frente:

— Como assim: 'seres sobrenaturais podem entrar, mas não podem sair'?

Sienna encheu os pulmões e responde após alguns segundos:

— Heron está lá dentro.

— O primeiro da nossa linhagem? O homem que fez a Agnes criar a maldição?

Nos entreolhamos sabendo que aquilo não é nada bom.

Heron deu origem a nossa linhagem, é o vampiro mais forte e mais velho que poderíamos enfrentar. Além de que se ele morrer, todos nós morremos juntos.

— Ele passou todos esses séculos preso nessa cidade? — Aiden questiona.

— Sim, e o crânio da Agnes está lá sendo protegido por ele.

Merrick fita Sienna confuso:

— E por que nenhum ser sobrenatural que entra pode sair?

— A cidade está envolta por uma barreira de contenção que Agnes criou para manter Heron e sua família presos lá dentro.

— Você é uma necromante. — Stacy sentencia. — Não pode destruir essa barreira?

— Eu ainda não sei como. Nem mesmo a Agnes sabe.

— Como isso é possível? Criar um feitiço e não saber como reverter? — Mallory pergunta desconfiada.

— Agnes me mostrou o passado dela. Tanto a maldição quanto a barreira em volta da cidade foram criações involuntárias. Ela só queria punir Heron e a família pelo que a causaram. Pessoalmente, eu digo que é possível uma bruxa manifestar um caos tão profundo que seja capaz de criar feitiços sem que tenha controle sobre eles.

— Então, você está dizendo que, quem entrar na cidade estará dando adeus ao resto do mundo?

— Estou dizendo que ainda não sei como quebrar a barreira, mas trazendo a Agnes de volta temos uma chance maior de conseguir.

— E para trazê-la de volta precisamos do crânio que está lá dentro. — Aiden pronuncia passando a mão no rosto até seu pescoço nitidamente se sentindo sufocado com aquela revelação.

— Seres sobrenaturais podem entrar e não podem sair, mas e seres humanos? — Mallory encara Sienna nos fazendo a encarar no mesmo instante por sabermos que tem um humano, pai dos filhos dela aqui.

— Não! — A loira respondeu irredutível.

— Ele é o humano mais acessível no momento. — Stacy rebate.

— Não vamos mandá-lo para uma cidade repleta de vampiros sanguinários. — Jay se manifesta ríspido. — Calleb não chegaria nem perto de onde o crânio está e morreria por nada. Isso não é uma opção.

— E que outra opção teríamos?

Aiden cruza os braços e responde à pergunta de Stacy:

— Nenhuma, humano nenhum conseguiria entrar em um clã de vampiros, roubar o crânio de uma bruxa que eles certamente protegem a sete chaves e sair de lá intacto.

— Eu se eu não precisar entrar? — Uma voz vinda do canto da sala atraí a atenção de todos.

Fito o homem loiro de olhos claros que se aproxima, seu cheiro é bem atraente e faz minhas presas crescerem de uma forma quase que involuntária.

Serro os dentes dizendo a mim mesma que preciso ter controle, ele é o pai dos bebes de Sienna, é parte da família agora.

— Calleb... Não! — Sienna quase ordena.

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