14° Capítulo - Widrych (parte - 2)

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Jay caminha até uma das janelas do bangalô tirando o celular do bolso a procura do contato de Sienna.

O celular chama algumas vezes antes que Sienna atenda do outro lado da linha.

— Graças a Deus! Estava começando a pensar no pior.

— Desculpe, nós tivemos um imprevisto.

— O que houve?

— Fomos atacados assim que entramos na cidade. Parece que Wydrich está dividida em quatro grandes casas. Vampiros, lobisomens, bruxos e metamorfos. Eles têm brigado entre si. Não sei direito se é pelo domínio da cidade ou algo além disso, mas Mallory e eu demos o azar de nos escondermos numa área patrulhada por vampiros.

— Isso é bem inesperado. Você acha que esses conflitos podem prejudicar o plano?

— Acredito que não. Fizemos uma aliada. E ela é um trunfo que com certeza vai ajudar.

— Jay, eu não sei se é...

— Só escuta, tá bom? O nome dela é Caice. Ela é a maldição do Heron.

— O que?

O tom de Sienna se altera com o choque da novidade.

— Parece que o cara é realmente o monstro que Agnes disse. Caice o odeia e estava tentado encontrar uma forma de destruí-lo antes de nos encontrar.

— Contou a ela sobre nosso plano?

— Contar não é bem a palavra. Ela usou um metamorfo para arrancar a verdade das nossas mentes.

Sienna fica em silêncio do outro lado e um pequeno ruído escapa através da linha.

— Sienna?

— Tudo bem... Eu só... Me preocupo. Que garantia temos de que essa Caice não vai entregar vocês para Heron? O que ela ganha nos ajudando?

— Ela não é do tipo que dá muitas explicações, mas confio no ódio que ela sente pelo Heron. Acho que é motivo suficiente para querer destruí-lo. Caice irá nos infiltrar na mansão deles e vai criar uma distração para roubarmos o crânio. Fiquem atentos ao fuso horário e estejam nos limites da cidade ao pôr do sol de amanhã.

— Vou avisar aos outros. Tome cuidado, Jay.

— Eu vou.

Ambos ficam em silêncio por alguns segundos. Presos numa linha tênue entre o que o silêncio é capaz de transmitir e o muito a dizer.

— Estão todos bem? — Ele finalmente pergunta.

— Na medida do possível. Merrick surtou algumas vezes desde que vocês partiram, mas eu e Ava conseguimos contornar.

— E o... Calleb... Como ele está?

— Calleb? Hum... Está bem. Por quê?

— Nada... Eu só... Não se arrisquem demais amanhã.

— É, mas preciso ter algo para me apegar. Mesmo que seja uma falsa promessa.

— Entendo, melhor do que ninguém. Algo mais que a gente precise saber?

— Heron quer quebrar a barreira. Supostamente cada uma das casas possui um objeto que se combinados tem o poder de destruir a barreira, mas Caice não sabe dizer até que ponto isso é verdade.

— Esse poderia ser o motivo pela qual estão em conflito?

— Pode ser, mas fico pensando, se fosse realmente verdade, Agnes não teria mencionado algo parecido a você?

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