{avisos: esse capitulo possui cadáver, abuso de drogas e conteúdo sexual}Helena Maria;
Meus dedos tremem enquanto observo o chão exageradamente branco do hospital. A recepcionista tinha falado para esperarmos até o segurança do necrotério nos chamar e é onde estávamos agora.
Tudo aconteceu tão rápido que eu mal pude assimilar, apenas alguns lampejos passam por minha mente. Como Martinez chamando Cauê, Lux vindo atrás, eles me enfiando em um carro, algo sobre Bruna cuidar de Henry e Pietro se perdendo no meio disso tudo. O caminho foi como um lampejo, igual quando a vida do personagem passa sob seus olhos em um filme.
Ela estava morta.
Não precisava ver o corpo pra saber.
Eu sentia.
Ela sempre disse que eu tava conectada a ela em seus raros momentos de sobriedade. E e eu sabia que era verdade.
Então quando algo clicou em meu coração após a notícia da enfermeira, eu soube o que estava atazanando minha energia durante toda semana.
Levanto os olhos por um segundo quando e vejo Cauê com os olhos tão perdidos quanto os meus. Lux acariciava seus ombros enquanto ele apoiava seus cotovelos sob seus joelhos, encolhido e vulnerável como eu nunca o vi agir.
Lambo os lábios e suspiro, irritada com fato das lágrimas não correrem por minhas bochechas. É como se eu de repente me tornasse incapaz de sentir.
Como pode alguém fazer você se sentir miserável até depois de morrer.
Um cigarro com as siglas A.M é posto em minhas mãos quando começo a descascar o esmalte verde água em minhas unhas.
Meus olhos vão até Martinez, o mesmo parece relaxado ao meu lado quando nossos olhos se encontram.
Me sentia tão alheia á tudo que por um segundo esqueci que ele estava ali.
O que me faz questionar o porque?
Porque dele ter me acompanhado como um cão fiel durante todo o caminho de sua casa até o hospital?
O porque de Cauê não questionar suas atitudes?
Rodo o cigarro em meus dedos e fecho os olhos, sentindo a pulsação em minha cabeça diminuir ao longo que ia organizando meus pensamentos e lembranças perturbadoras.
As memórias das vezes que encontrei ela no chão da cozinha, da sala, do banheiro. Apagada, com um sorriso em seu rosto como se a droga a levasse pra um lugar bom. Um lugar longe de nós, sua realidade. As vezes que Ele bateu nela, e então ela descontou em mim e em Cauê, como se fossemos os culpados por ela estar naquela situação. Os culpados por Ele não amar mais ela como era quando eram jovens.
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ele em mim.
Romance- 𝐕𝐨𝐜𝐞̂ 𝐯𝐚𝐢 𝐬𝐞𝐫 𝐮𝐦𝐚 𝐛𝐨𝐚 𝐦𝐞𝐧𝐢𝐧𝐚 𝐞 𝐚𝐬𝐬𝐢𝐬𝐭𝐢𝐫 𝐞𝐧𝐪𝐮𝐚𝐧𝐭𝐨 𝐞𝐮 𝐪𝐮𝐞𝐛𝐫𝐨 𝐬𝐞𝐮 𝐜𝐨𝐫𝐚𝐜̧𝐚̃𝐨 - 𝖬𝖺𝗋𝗍𝗂𝗇𝖾𝗓 𝗌𝗎𝗌𝗌𝗎𝗋𝗋𝖺 𝖾𝗆 𝗆𝖾𝗎 𝗈𝗎𝗏𝗂𝖽𝗈, 𝗌𝖾𝗎𝗌 𝗅𝖺́𝖻𝗂𝗈𝗌 𝗀𝖾́𝗅𝗂𝖽𝗈𝗌 𝗋𝖺𝗌𝗉𝖺𝗇𝖽𝗈...