23. charada

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Helena Maria;

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Helena Maria;

- Helena, posso pegar alguns biscoitos no corredor do lado? - Henry chama minha atenção dos pacotes de sabonete, enquanto eu tento decidir entre o de lavanda e o de rosas.  Meus olhos descem para sua feição de filhote, que ele aprendeu assistindo gatos de botas. Desde então ele conseguia tudo que me pedia.

- Tudo bem, mas não demora muito, ok? E não conversa com nenhum-

- Estranho, eu sei - Ele grita animado no meio do caminho sumindo quando vira o corredor. Meus olhos voltam para prateleira, meus olhos desfocando um pouco quando os nomes das embalagens parecem estar em idiomas diferentes, uma sensação estranha se estalando em meu peito. Algo não parecia certo. Mordo o lábio, pegando qualquer embalagem e me viro para caminhar até Henry.

O supermercado se encontrava estranhamente vazio e silencioso, a luz acima de mim piscava de vez em quando causando um chiado irritante. Carregando a cesta pesada no apoio de meu antebraço, eu me distraio olhando os produtos enquanto meus olhos correm corredor por corredor tentando achar Henry. Esse ato parece durar uma eternidade, meus pés começam a doer e certo desespero tomar conta de mim.

Quando eu preparo minha garganta para gritar seu nome o mais alto que conseguisse, avisto sua figuro pequena no fim do corredor, parecendo distraído enquanto tentava escolher os milhares de sabores. Um calafrio passa pela minha coluna. Ele não estava sozinho, um homem alto de costas, trajado de roupas sociais e o que me parecem ser joias douradas, fazia o mesmo rir com as piadas que parecia sussurrar para meu irmão.

Meu coração palpita, meus pés congelados no chão, começam a se mover lentamente. Uma penumbra me acompanhando, no momento em que, quanto mais perto eu chegava, mais escuro o local ficava. Apenas meu irmão e o homem até então sem rosto estava iluminado com uma luz amarelada e fraca.

Engulo em seco quando estou perto o suficiente, os dois parecem não me notar.

- Henry - Chamo baixinho, minha voz saindo em um tremor.

Minhas mãos transpiram um suor frio. Medo tomando cada célula de mim.

Os dois param de falar de repente. Eu sinto como se uma força sobrenatural me impedisse de agir na direção de Henry.

O homem misterioso, tinha uma aura ruim em sua volta, mesmo sem ver seu rosto eu podia senti-la. Como se ele fosse o próprio diabo.

Assisto imóvel enquanto ele se abaixa e sussurra algo no ouvido de Henry, que parece completamente entretido. Meu irmão mais novo parece escutar com atenção, quando assente e começa a caminhar para a parte escura do supermercado, seu casaco vermelho sumindo no meio da escuridão. Eu tento gritar seu nome, ou dizer algo mas é como se tivesse cola na minha boca.

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