01. queda

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Helena Maria;

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Helena Maria;

- Você tem certeza que isso é uma boa ideia? - Pergunto a Bruna, minha mais nova colega de faculdade. A loira parece não prestar muita atenção em mim enquanto concerta o batom vermelho que manchava seus lábios através da câmera de seu celular.

Não sei como, nem o porque tinha aceitado quando ela me convidou para uma festa dos veteranos, mas eu fiz e agora estou aqui sentindo meu estômago revirar em nervosismo. Conhecer pessoas era sempre uma experiência traumática pra mim, minha ansiedade costumava me manter sempre tímida e quieta, porque só a ideia de formar uma frase na frente de pessoas desconhecidas fazia minhas mãos soarem e por algum motivo estranho eu começava a piscar rápido demais. Definitivamente estava mais acostumada a ir apenas do trabalho para faculdade e daí pra casa, sem falar na tortura que era pra mim deixar Henry sozinho com Cauê, não que ele tratasse ele mau, mas Cauê sempre deixava ele acordado até tarde comendo o que quisesse, e nós não precisávamos de mais uma carie.

Suspiro checando meu celular pra ver se Cauê já tinha mandado alguma mensagem, porém nada. Isso me deixa ainda mais nervosa a ponto de roer minhas unhas. Penso em ligar mas ele provavelmente não me atenderia, já que não faz nem meia hora da ultima vez que falamos.

O medo me agarra mais apertado e eu a ideia de apenas ir pra casa e evitar minha juventude parece melhor do que encara-la.

Mas no fim de tudo, o que eu tinha a temer? Sendo uma caloura, recém aprovada na universidade para o curso de Design Gráfico, o que eu chamo de maior estresse da minha vida já tinha passado, o vestibular. Eu poderia enfrentar alguns veteranos sem pagar um mico não é?

Não, a resposta era claramente não. Droga porque eu não fui pra minha casa, lavar a louça ou adiantar a roupa suja pra focar apenas nos deveres de casa de Henry no final de semana?

- Fica calma, Leninha - Bruna diz passando a mão cheia de anéis por meus cabelos castanhos, insistindo no apelido que ela tinha dado pra mim. Eu odiava, mas decidi não reclamar, desde que ela estava sendo muito legal pra mim nesse último mês e eu era realmente grata por ela querer ser minha amiga - Vai dar tudo certo, é a casa do meu irmão e dos amigos dele, não é como se eles fossem tão mais velhos que a gente, só alguns aninhos - Explica retocando seu gloss pela milésima vez desde que descemos do táxi.

- Pensei que seu irmão nunca tivesse ido pra faculdade... - Indago confusa.

- Sim, mas ele gosta de manter contato com todas as pessoas do bairro - Explica, eu aceno e volta a olhar a porta da casa a minha frente - Pronto! Arrumei minha make, tem certeza que não quer passar nem um gloss?

- Sim, você ter me colocado nessas saias já está além do que estou acostumada- Respondo dando uma olhada para a saia xadrez que ela tinha me obrigado a vestir antes de vir, afirmando que meus jeans largos deixavam minha bunda caída.

ele em mim.Onde histórias criam vida. Descubra agora