Quebra cabeça intimo

O significado dos sonhos

POV Win 

O comportamento de Team estava normal até o início da noite, contudo algo estava estranho desde o jantar, algo que eu notava e sentia, mas não sabia explicar, ele parecia preocupado, como se alguma coisa no meio da conversa o tivesse deixado tenso. Nossos olhares se cruzam e a vontade de ir até ele e questionar o que há de errado cresce dentro de mim, porém antes que possa fazer algo ele se levanta alegando cansaço e sai para o quarto. 

Olho para minha volta, mas ninguém parece notar que o que saiu daqueles lábios foi mentira "O que a com você Team? O que incomoda tanto essa cabecinha?" 

Espero um tempo razoável e me despeço de todos me retirando para dormir; quando chego ao nosso aposento encontro Team caindo de sono na frente do celular "Se aquele cansaço fosse autêntico ele estaria dormindo a muito tempo".

Resolvo ir para o banheiro me arrumar, quando retorno Team está completamente dormindo, admiro seu rosto doce por tempo, as bochechas cheias, os lábios rosados, o cabelo que agora parecia uma deliciosa bagunça e o torço sem camisa que era irrevogavelmente um visão. 

Deito na minha própria cama ainda com vários pensamentos... instigantes, a respeito do meu colega de quarto. 

—Mamãe! Mamãe! Acordo com os gritos de Team, me levanto rápido e a imagem que vejo a seguir parte meu coração. 

Team está encolhido na cama em posição fetal, seu corpo treme como se sentisse muito frio, mas o peito e a testa parecem cobertos de suor. Me aproximo mais e sento ao seu lado indeciso de como prosseguir "Será que eu acordo ele?", retiro alguns fios de cabelo que estão grudados no rosto e noto as bochechas vermelhas marcadas por lágrimas. 

—Mamãe! Mamãe! Ele volta a gritar e aquilo é demais pra mim. 

—Team! Acorda. Seguro seu braço  — Team! Team! 

Ele desperta quase num pulo e abraço seu corpo ainda trêmulo, ele esconde seu rosto no meu peito, mas ainda sinto sua respiração irregular. Quando ele se acalma seus olhos buscam os meus, levanto minha mão então e acaricio a face ainda rubra e inchada pelas lágrimas. 

— Você está bem ? Questiono baixo, não querendo assusta-lo. 

Mas eis então que ele volta a chorar, suas lágrimas quentes eram sentidas pelo tecido fino da minha camisa. 

—Eu estou aqui com você. O seguro mais firme. 

Se passam longos minutos até que o silêncio tome o quarto, eu e Team estamos abraçados em sua cama,minha mão faz um carinho em seu braço enquanto ele parece refletir alguma coisa com a cabeça no meu ombro. 

—Você não vai perguntar? Pergunta acabando com a quietude, ergo uma sobrancelha e o encaro perdido —A respeito do meu sonho.

—Você quer falar? 

Ele suspira alto. 

—Minha mãe morreu quando eu era pequeno, ela me levou para um parque de diversões e nossa eu estava muito animado a  noite foi muito divertida. Ele tinha um sorriso, mas que logo se desfez — Eu queria ir mais uma vez no carrossel, mas ela disse que estava tarde, eu insisti e ela disse que eu poderia ficar olhando o brinquedo enquanto ela buscava o carro que está estacionado longe.

Eu vi nos olhos dele o pesar. 

— Quando ela saiu um motorista bêbado acabou atropelando ela. Ele desvia do meu olhar — Foi uma noite tempestuosa também, mas … eu fiquei esperando por ela assim como ela pediu e … isso foi entorno de cinco horas, quando me encontraram eu estava frio, minhas roupas completamente molhadas. O guarda que me encontrou me levou ao hospital e entrou em contato com os meus avós, lá a polícia também informou o que aconteceu com a minha mãe. 

—Eu sinto muito Team.

—Meu pai morreu antes de eu nascer, de forma que eu fui morar com os meus avós. Seu olhar volta até mim — Foi quando começou os pesadelos, mas eu fiz terapia, fui ao médico e  conforme fui crescendo eles sumiram. 

—Mas agora voltaram. Murmuro. 

—Sim. Confirma ele — Não sei se é por estar sozinho pela primeira vez, mas eles voltaram. 

Pensar que Team sofrendo tanto e ainda numa idade tão jovem, me faz ver o quanto ele é forte, ao mesmo tempo que me faz querer protegê-lo.

—Eu não sei porque estou contando isso pra você, mas …

—Você sempre pode vir a mim Team, sabe se você não conseguir dormir ou … se simplesmente não quiser ficar sozinho, eu estou aqui. 

Ele não fala nada, mas em meio o breu do quarto me abraça. As poucas semanas que conheço Team fizeram dele meu objeto de curiosidade, afinal ele era o novato fofo, mas com uma personalidade esquentada, engraçado, mas protetor com os amigos e isso combinado ao fato de sua beleza inocente faziam dele meu sonho para noites solitárias, mas esta noite fez dele diferente, me fez enxerga-lo de uma forma a qual eu nunca me preocupei em enxergar ninguém, Team fez de si alguém que  eu quero manter perto de mim.