A viagem - parte 2

318 38 2
                                    

POV Team 

Se existe uma palavra para descrever o que Dean antes chamou de treino rápido é teste de resistência, não dá pra acreditar que aquilo é o básico para ele,  fizemos alongamento, exercícios de rapidez e reflexo, além é claro dos exercícios na água, nosso capitão parecia querer que estivéssemos prontos para as olimpíadas,  mas para meu consolo a água da praia estava perfeita. 

Aproveitei o tempo também para tirar algumas fotos, o lugar é incrível, a paisagem calma e pacífica do mar, palmeiras, pôr do sol, a natureza em seu momento mais bonito. Em dado momento no entanto minha câmera se foca em nosso capitão e vice, resolvendo provocar Pharm resolvo tirar algumas fotos para enviar mais tarde. 

—Esta fazendo o que ? Mew me arranca do meu foco. 

—Tirando algumas fotos. Explico e começo a olhar as últimas retiradas. 

—Aqui é  bem bonito. Comenta ele olhando ao redor. 

Travo então meu olhar em uma foto de Dean ao lado Win na praia, o capitão está com a mesma cara séria e habitual, contudo Win apesar de concentrado no treino tinha uma espécie de … energia no olhar, não sei explicar ao certo; encarando mais a foto começo a me concentrar em detalhes que antes não pareciam estar tão evidentes, como a forma que o loiro fica tão bem de shots e camisa aberta com abdômen exposto, como o sol ilumina a pele branca e exibe as tatuagens e como os olhos escuros parecem tão bonito quanto divertidos. 

—Team tá me ouvindo? Mew sacode meu braço. 

—Claro, desculpe é que... é muito bonito. Olho uma última vez para a foto e guardo meu celular.

Estamos todos jantando, discutindo e rindo  quando finalmente um assunto parece me atingir como  um grande problema.

—Olha Plan é bom você não roncar, se não eu te acordo com água fria. Um colega começa a implicar com outro. 

Uma euforia de risadas é ouvida, mas só consigo pensar em uma coisa "E se eu tiver um pesadelo?", uma coisa era acordar suando ou gritando no meu dormitório ou na casa dos meu avós outra bem diferente é estar numa situação dessa com Win dividindo o quarto comigo, "Droga, não tem jeito, se não fosse Win seria qualquer um da equipe. Agora o que eu faço?" 

Em meio às indagações pego Win com o olhar fixo em mim, como se estivesse me analisando ou tentando me ler "Droga, preciso ser mais discreto" , o olhar dele se mantém ainda por alguns segundos, então decido encerrar me levantando com a justificativa de estar cansado o que não é completamente mentira. 

No quarto troco de roupa e resolvo enviar as fotos para Pharm, conversamos brevemente, mas logo estou entediado "Não posso dormir, pelo não sei se posso fazer isso com Win aqui" penso comigo então opto por assistir um filme no celular mesmo "Qualquer coisa para me manter acordado". 

Não estou nem na metade da trama quando sinto meu corpo dar os primeiros sinais de exaustão, meus olhos ficam pesados, bocejos começam a aparecer e meu corpo parece se fundir a cama. 

Ouço a porta abrir o que deve ser o loiro, mas minha consciência parece ir para longe. 

 — Mamãe ! Mamãe! Eu chamo, mas estou com tanto frio, a chuva deixou meu casaco enxarcado e pesado. 

Mamãe disse que não iria demorar, mas onde ela está, eu tô com medo, eu quero ela, quero a mamãe, porque todo mundo corre, mas ela não corre para mim. 

Mamãe me esqueceu ? Mamãe nunca me esqueceria, cadê ela? 

Meu rosto começa a arder e começo a chorar.

—Mamãe

—Team! Team! Sinto braços fortes me segurando e instintivamente aperto a figura a minha frente, escondendo meu rosto em seu peito  —Esta tudo bem. Sinto uma carícia no topo da minha cabeça. 

Respiro fundo "Estou seguro, estou bem, está tudo bem, aqui...aqui é tão quente". 

Ergo o olhar e encontro Win abraçado comigo na cama, nossos olhos se encontram , e ele parece tão agitado quanto eu, todavia diferente de mim que pareço simplesmente assustado o olhar dele é preocupado. Suas mãos sobem para minhas bochechas e limpam lágrimas que não sabia estarem ali. 

— Você está bem ? Ele pergunta, sua voz mansa, mas com o tom aflito. 

E eu não sei porque o peso dessas palavras me atinge tão forte, mas recomeço a chorar, dessa vez molhando todo ombro da camisa do loiro, que me segura mais firme. 

—Eu estou aqui com você.

Quebra cabeça intimoOnde histórias criam vida. Descubra agora