Acredita em mim

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POV Team 

Intimidade é uma coisa tão estranha, sempre achei que  era o quê tenho com minha família, sempre tive uma relação muito boa e aberta com meus avós, sempre confiei neles e sempre foi uma via de mão dupla, assim como minha conexão com Pharm e Manaow, contudo toda essa familiaridade parece reduzida se comparada a como me sinto com Hia, me sinto confortável com ele, não apenas na intimidade da cama, mas quando estamos juntos, quando ele me olha como se eu fosse importante, existe uma segurança  nele que eu nunca experimentei antes. 

—Pharm você é o assunto do curso. Comenta Manaow me tirando de meus pensamentos. 

—Manaow não fale assim, eu fico com vergonha. 

—Não precisa ter, meu presidente praticamente te assumiu para universidade. Entro na conversa. 

Estamos saindo da sala quando encontro Mew com alguns dos caras do time no pátio, ele acena me chamando, assim como os outros membros pareciam animados com alguma coisa. 

—Vou conversar com eles, mas encontro vocês na biblioteca mais tarde, guardem um lugar pra mim. Informo Pharm e Manaow que acenam em concordância. 

A pequena aglomeração parecia ver algo no celular então Mew envolve em braço no meu pescoço me aproximando dos demais. 

"Nossa ela é linda" e "Estava demorando para ele aparecer com alguém" são ouvidos, todavia não entendo nada do que estão falando. 

—Parece que você ainda não soube da fofoca. Explica Mew notando minha cara confusa — Parece que o vice-presidente está namorando. 

— O QUE!? Minha voz me trai quando minha surpresa se faz clara. 

—Segundo uma página da universidade ele foi visto com uma garota linda no refeitório no dia do festival. Tiw um dos calouros fala. 

—P-pode ser uma amiga. Argumento. 

—Duvido, veja é bela demais e parecem íntimos. Guy outro membro fala e me oferece o celular e realmente é Win com uma garota talvez mais jovem, mas muito bonita, eles  parecem tão naturais juntos, Win sorri para ela e essa é uma expressão que quase ninguém viu nele. 

Devolvo o celular para Guy, mas só uma frase em minha cabeça, "Nunca será minha intenção te machucar" , Win prometeu não me machucar, ele me disse que eu era suficiente e que éramos bons juntos, então porquê? 

—Team você está bem ? Mew pergunta, mas sua voz parece distante. 

—Sim, apenas me lembrei que tenho um compromisso. 

Me afasto de todos precisando pensar um pouco, não poderia ir a biblioteca não estou em condições de ver meus amigos, a piscina do clube também não é uma opção, então vou até a sala de música, o lugar está vazio e assim que tenho certeza que estou só eu me permito fraquejar, sento no sofá como uma criança, encolhido, abraçando as próprias pernas e escondendo a cabeça no colo. 

Sei que o que temos não tem rótulo e até esse fim de semana nenhuma exigência havia sido feita, contudo por quê dói tanto? Ver Win com aquela mulher me deu um aperto no peito, uma sensação tão ruim, mas não de raiva,eu bem que  gostaria que fosse raiva, com a raiva eu saberia lidar, poderia gritar e dar um soco naquele loiro idiota, porém era decepção, decepção por ter acreditado nele, por não ter dado ouvido aos outros, mas principalmente  por ter perdido um espaço que era seguro, um espaço entre os braços de Win, um lugar que só me fez sentir bem. 

Quando a vontade de chorar se acumula levanto o rosto, mesmo sentindo meu nariz formigar eu não vou chorar, não aqui e não por ele. 

—Babaca, idiota. Xingo no silêncio da sala. 

—Alguém que eu conheço? Diz a voz familiar atrás de mim. 

Caiu do sofá assustado "De onde ele surgiu?", mas logo sou amparado pelo loiro.

—Machucou? 

—Estou bem. Levanto rapidamente —Eu preciso ir agora. Mas antes que eu pudesse dar dois passos sinto uma mão em meu ombro. 

—Você não respondeu a minha pergunta, quem você estava xingando?

Respiro fundo antes de responder. 

—Isso não te interessa. Minha voz é dura e nem parece que acordamos juntos essa manhã —Você não tem ninguém para te entreter agora? 

—Entreter? Repete a palavra como se testando na boca —É isso que você pensa que é para mim?

—Não importa o que eu penso. Olho para ele e por um momento me sinto mal com as palavras ditas —Eu preciso ir, está quase na hora do meu grupo de estudos. 

—Me importa o que você pensa Team. Ele avança segurando minha mão — O que você pensa de mim? 

Penso em me afastar, mas ele deve sentir isso, pois solta minha mão, segurando meu rosto com as suas. 

—Você era meu espaço seguro. Murmuro baixo, o toque de sua mão  me faz fechar os olhos apreciando o contato.

—Eu não sou mais? 

—Eu não sei. Digo incerto, porque por mais triste que estou, ainda quero acreditar nele —Você disse que não iria me machucar, mas…você tem alguém e…

Ele me interrompe me abraçando forte e me permitindo esconder o rosto em seu pescoço. 

—Não existe ninguém meu pequeno. 

—Mas e a garota,o pessoal do club..

—Isso foi apenas um engano, acredita em mim. 

Havia uma súplica na voz do Hia que eu nunca ouvi antes, não era apenas um pedido ou uma explicação, era para que eu depositasse minha fé nele, em nós. 

—Hia. Me afastei olhando seus olhos —Eu…



Notas Finais: Espero que estejam gostando, desculpa a demora gente, mil  beijinhos sabor de vinho.

PS: Será que o Team acredita?

Quebra cabeça intimoOnde histórias criam vida. Descubra agora