o início que antecede o começo °parte 1°

156 10 13
                                    

Pov: Lilian

- Lilian, se comporte, sim? E cuidem do seu irmão - Hortênsia Elliot, vulgo minha mãe, pede, me abraçando com força, e algumas lágrimas escorreram de seus olhos, ela me entrega Anthony, e ajeita nossos casacos

- Não fale com estranhos, por nada, fique quieta na cabine até chegar nesse lugar - ela mostra a etiqueta no meu casaco - seja boazinha, e você também Tony, digam um oi pra tia vó de vocês - ela continua falando em disparado, como um trem descarilhado na descida

- tudo bem mamãe- Tony fala manhoso, com sua voz de criança de cinco anos

-nós vamos ficar bem - afirmo sem demora- e vamos ficar com muito saudade mama, não vamos Tony?- eu pergunto e ele afirma, e eu seguro minha vontade de chorar, eu sabia que teria que ser forte por eles

- se cuidem está bem? - ela pede, e me entrega as malas, eu as pego e afirmo positivamente.

-eu amo vocês

- nós também te amamos!- eu e Anthony afirmamos juntos

E logo entramos no trem, passando pelos corredores lotados, meu irmão grudado em meu colo, quase me sufocando, com seus bracinhos gordinhos.

-Tony, eu não to respirando - digo sufocando, e me espremendo enquanto um grupo de quatro irmãos passa por mim

-desculpe - um garoto aparentemente loiro ( eu não estava vendo nada) , pede, e me ajuda a abrir a porta da cabine - obrigado - digo me espremendo pra dentro, e o garoto assente positivamente e vai embora

Suspiro pesado vendo que na cabine estão dois adoleçentes mais velhos, talvez por volta de dezesseis anos, grudados, se beijando

- que nojo - Tony reclama em meu ouvido, enquanto eu o coloco no banco e ele tampa os olhos

-eu sei - falo, ficando na ponta dos pés, jogando a mala pra cima, mas, por azar a mala não vai completamente e logo volta, caindo em cima de mim

Quando me levanto, ouço risos vindo dos adoleçentes e olho para trás com um olhar mortal

-vão catar coquinho, por favor- digo voltando a mala no lugar, e eles continuam rindo igual idiotas - sua saia lili- Tony diz e eu viro rápido, vendo que eu tinha colocado minha saia chamuscada
Aquele não era meu dia, com certeza:
meu omelete queimou, cortei a mão, meu cabelo estava parecendo um ninho de ratos e agora isso.

Os dois não paravam de rir de mim, e meu rosto estava ficando vermelho, oque só fez eles rirem mais

- XISPA DAQUI! RASPA FORA! - eu gritei, ou pelo menos era isso que eu queria fazer

Suspiro cansada, e reviro os olhos, enquanto tony faz pouco caso, voltando a se enroscar em mim, e logo adormece.

Eu observo a paisagem passar, as paradas, e ao contrário de muitos, eu sabia exatamente onde descer

A casa da tia vó polly Plummer, era bonita, aconchegante e principalmente, bem maior que a nossa casa, e era reconhecível em qualquer lugar.

(...)
Pov: narradora

Com esse pensamento, Lilian desembarcou carregando um Anthony adormecido no colo e uma mala em cada braço.

Ela agradeceu mentalmente por ser a última a sair do trem, mas ao mesmo tempo, repudiou a ideia, já que teria que andar com todo aquele peso, sozinha, a noite.

Mas mesmo assim, ela desceu da pequena plataforma ferroviária com cuidado, começou a andar sem pressa, pela rua iluminada pelos postes.

Pov: Lilian

A menina do vestido amarelo-NárniaOnde histórias criam vida. Descubra agora