Nos fundos

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Os encontros começaram logo no outro dia.

Mickey esperou o momento certo de entrar no estabelecimento. Rondou a calçada do outro lado da rua, acendeu um cigarro para tomar coragem, depois outro até a metade, quando deixou um "foda-se" escapar baixinho, jogando a metade remanescente no chão e pisando-a.

Atravessou a rua com certa pressa após esperar o movimento diminuir, mas distraído demais para ver o ciclista que teve de desviar na última hora. Retribuiu os xingamentos que recebera com um dedo do meio e um "vai se foder você", mas não estava a fim de se meter em uma discussão só por se meter.

A mercearia estava vazia, o que permitia que Ian lesse uma revista qualquer atrás do balcão. Mickey aproveitou para observá-lo por um breve instante através do vidro da porta antes de entrar.

As linhas de expressão de Ian se acentuavam quando sorria de forma despretensiosa e Mickey gostava disso, assim como gostava do contraste do cabelo de Ian contra sua pele extremamente branca e preenchida de sardas, mas gostava mais ainda quando o cabelo estava bagunçado e caído sobre a testa dele, assim como naquele momento.

Antes de entrar na loja olhou para os dois lados, avistando uma idosa chegando perto da mercearia com uma sacola de compras em mãos. A senhora de idade diminuiu os passos quando avistou Mickey parado na porta na esperança de receber a gentileza de ter a porta aberta e prioridade na passagem para o interior do estabelecimento, mas recebeu um rude "não tem nada para você aqui, cai fora" no lugar. Entendeu o recado imediatamente e deu meia volta, arregalando os olhos, proferindo comentários de ódio, mas Mickey não ligou, estava ocupado demais tentando ignorar o maldito frio na barriga.

O sino da porta soou, tirando Ian de sua leitura, algo sobre as tendências de cores de batom para aquele inverno. Colocou-se de pé e foi até a frente do balcão.

– Oi! – Disse Ian com um largo sorriso no rosto.

– Oi. – Mickey não fora tão receptivo em seu cumprimento, olhando para os lados para averiguar mais uma vez se a mercearia estava realmente vazia. – Vamos fazer isso aqui mesmo?

– Ahn, acho que sim, lá atrás tem espaço. – Ian estava claramente nervoso.

– Tá esperando o que? – Disse Mickey, fazendo Ian se dirigir para os fundos. – Não vai trancar a porta?

– Ah, sim – Ian era acostumado com a rotina de ter encontros escondidos nos fundos do Kash and Grab, mas não estava raciocinando. Trancou a aporta e ameaçou seguir para os fundos, mas fora interrompido mais uma vez.

– Não vai virar a placa de fechado?

– S-sim, já ia fazer isso – Disse enquanto virava a placa, quando se virou para se dirigir aos fundos, viu que Mickey já estava mais do que na metade do caminho. Deu um sorriso e seguiu para o mesmo lugar.

Na despensa, Mickey estava abaixando as calças, e Ian pode ter um breve vislumbre de seu corpo antes de começar a tirar suas peças de roupa de baixo também.

Mickey era relativamente baixo para um garoto da idade dele, mas Ian não dava importância, pois quando olhava para Mickey, principalmente naquele momento, a única coisa que conseguia ver eram as pernas, torneadas mesmo que sem definição, a bunda perfeitamente empinada para o que estavam prestes a fazer, e o pau, que já estava duro e Mickey exibia sem pudor algum.

Ian fora avisado que não haveria beijos na boca, mas tentou investir. Mickey não disse nada, mas virou-se antes que a boca de Ian pudesse tocar a sua própria. Sem que Ian pudesse vê-lo, mordeu seu próprio lábio enquanto sentia as mãos do outro se posicionando em seu quadril.

Sem saber onde poderia tocar Mickey sem ser esquivado, afinal não discutiram limites, Ian segurou com delicadeza os quadris de Mickey, a fim de se posicionar melhor dentro dele. Mickey não parecia confortável com o toque, mas se permitiu. Ian era delicado em tudo que fazia, até mesmo na hora de transar.

Gallavich Before The StormOnde histórias criam vida. Descubra agora