QUINTO

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 Leôncio me estendeu a mão

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 Leôncio me estendeu a mão.

— Vou levá-lo lá fora — disse ele.

 Segurei a mão dele e apoiei meu braço em seus ombros. Caminhamos por todo o palácio até chegarmos ao lado de fora.

 Finalmente saí de dentro do castelo. Eu podia sentir novamente o brilho e o calor do sol. O frescor do vento forte, que trazia um pouco do cheiro das rosas que estavam quase todas cobertas pela geada. Havia neve por todos os lados. Leôncio me explicou que a neve caía durante noite e dia, não cessaram um minuto sequer desde o meu acidente com as roseiras. 

 A paisagem continuava linda.

 Um mar de roseiras assassinas cobertas por neve.

 Me veio à mente o pensamento de que aquelas plantas carregavam consigo muitas mortes e, com certeza, muita dor.

 Aquelas flores malditas, quais poluíam o ar com uma doce e suave fragrância de rosas, quase haviam tirado a minha vida também.

— Elas queriam me matar.

— Como você bem disse, uma maldição.

 Fiquei em silêncio. E ele continuou:

— Foi uma guerra entre famílias.

— Como assim?

— A família da minha mãe disputava com a do meu pai por essas terras. Então ela venceu a briga da maneira mais suja.

— O que a família da sua mãe fez?

— Matou o meu pai, e então minha mãe se tornou a dona de tudo.

— Sinto muito…

— Não lamente ainda. O pior ainda estava para acontecer: a família do meu pai, que era a quem de fato pertencia esse reino, eles se revoltaram e antes que fossem expulsos ou mortos também, lançaram uma maldição sobre a família da minha mãe.

 disse ele tudo com o olhar mais frio que eu já havia visto.

“O nascimento do primogênito selará,

e como uma rosa desabrochando a desgraça reinará, dor e morte serão o alimento”.

— Se passaram trinta e dois anos desde o meu nascimento — continuou ele. — E isso foi o que sobrou desse reino. Assim que eu nasci, as roseiras malditas cresceram e devoraram toda forma de vida que havia aqui: pessoas, animais… tudo.

— Só não a você — falei.

 Ele olhou para mim, e disse em seguida:

— Faço parte de tudo isso.

— E as estátuas? — lembrei-me.

— Nada nesse lugar foi o mesmo depois do meu nascimento.

— Sua família...

CONTO DE FADAS GAYOnde histórias criam vida. Descubra agora