DÉCIMO

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 Me aproximei dele

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Me aproximei dele.

 Em passos lentos, fui me aproximando daquele ser. Eu não precisava ter medo dele, Leôncio nunca quis me fazer mal. Eu sabia que por trás daquela fera, existia um homem de coração bom. Um homem que sofreu a vida inteira, e só precisava encontrar alguém para confiar, alguém para ser sua família, para amar e amá-lo.

 Eu não tinha certeza do que estava fazendo, mas tinha fé de que Leôncio iria se lembrar de mim e que não iria me machucar.

 Sua posição era de um animal selvagem que estava prestes a atacar sua presa. Mas ele não fez isso.

 Cheguei perto o suficiente para tocar sua face. Acariciei a pelugem eriçada de sua face. Os olhos amarelos se fecharam, o rosnado faminto cessou e eu pode escutar sua respiração ofegante se acalmar.

 Seu grande porte foi diminuindo, juntamente com a pelugem escura e eriçada de seu corpo. Seus ossos estalavam enquanto sua forma se transformava de volta no que era. Sua face mudou, ele já não parecia mais um lobo.

 Em poucos minutos, Leôncio, aquele belo homem, estava de volta. Estava obviamente nu, e parecia exausto.

 Estávamos muito próximos um do outro.

 Ele começou a assimilar a situação, e quando olhou em meus olhos, caiu nos meus braços. Ele era forte e pesado, mesmo assim consegui sustentá-lo.

 Levei ele até seu quarto. O ajudei a deitar na cama. Cobri seu corpo nu.

 Naquela noite, ele não acordou.

 Me sentei em uma poltrona na frente dele e o observei dormir.

 Confesso que eu não consegui ficar acordado.

 Assim que amanheceu, fui até a cozinha. Quando voltei, trouxe comigo uma taça com leite quente e pães para que ele se alimentasse.

 Quando entrei pela porta do quarto, ele já estava acordado.

 O encontrei sentado sobre a cama e encostado na cabeceira. O cobertor cobria metade de seu corpo, seu peitoral peludo estava nu. Ele olhava através de uma das janelas. Me distrai tanto que mal percebi que fazia sol novamente naquele reino. A luz do sol invadia o quarto e era refletida em seus cabelos longos e dourados.

 Aquela cena roubou toda minha atenção. Eu não consegui desviar meu olhar dele. Aquele homem parecia um deus na sua forma mais bruta, deitado sobre as nuvens no céu.

 Leôncio olhou para mim.

 Havia algo diferente nele, não sabia o que era.

 Ele percebeu minha entrada no cômodo, mas também estava distraído com algo.

 Me aproximei, sentei ao lado dele na cama. Lhe ofereci a taça com leite.

— déjà-vu! — disse ele.

CONTO DE FADAS GAYOnde histórias criam vida. Descubra agora