Capítulo 5

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O barulho alto do toque do meu celular me fez respirar fundo e apertar os olhos com força

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O barulho alto do toque do meu celular me fez respirar fundo e apertar os olhos com força. Eu mal tinha esquecido a merda toda da noite anterior e já teríamos mais. A mensagem de Dominic me pedindo para encontrá-lo no galpão não foi surpresa, já que precisávamos correr contra o tempo. A desconfiança de um possível envolvimento de Vasiliev no desaparecimento de alguns dos contêineres deixou toda a operação em alerta. Por outro lado, tentava entender qual motivo o cara teria para foder com os negócios de Novatore, já que ele aparentemente tinha interesses em comum com Lorenzo.

Quando cheguei ao porto, alguns homens faziam segurança na parte de fora do galpão, enquanto outros guardavam a entrada. Passei pela porta e algumas luzes se acenderam, facilitando minha visão. Havia um sujeito amarrado a uma cadeira no meio do grande salão, seu rosto já estava bastante destruído, possivelmente pelos primeiros socos que levou no início da noite, em seu corpo vários respingos de sangue manchavam sua pele. Meu amigo havia me explicado rapidamente o que acontecera e o fato de o bastardo não ter dito nada até aquele momento, mas aquilo mudaria logo, já que Dom retirava sua jaqueta a fim de ficar bem à vontade para iniciar sua abordagem. Não tinha dúvidas de que ele falaria a partir de agora ou Dom o esfolaria vivo. Meu melhor amigo, continuava puto com toda aquela situação há algum tempo, sem contar que, Novatore enchia seu saco por causa da segurança dos contêineres, além disso, Dominic tinha gostos bizarros para tortura. Era como se sentisse prazer em ver a dor que causava.

—  Quem enviou você? —  Dom perguntou, aproximando-se, e o segurou pelo cabelo tão forte que parecia querer escalpelá-lo, mas o sujeito se manteve calado. Antes de desferir os próximos socos, Dominic encaixou seu soco-inglês Constantine. A pancada recebida foi tão forte que sua cabeça chicoteou para o lado, por um instante achei que ele teria quebrado o pescoço, mas logo um rugido de dor reverberou. O soco-inglês permitia causar graves ferimentos a sua vítima, o fato foi corroborado quando o homem cuspiu seu sangue junto com um dente, porém, não teve chances de raciocinar. Cada porrada que recebia, o deixava mais fodido a ponto de seu corpo desabar a qualquer momento, a única coisa que o impedia de ir ao chão era o fato de estar amarrado à cadeira. Mas Dominic se importava tanto quanto eu sobre isso.

O homem quase desmaiou. Todas as suas unhas haviam sido arrancadas, Dom começou há pouco tempo um novo round de interrogatórios, dessa vez os alvos eram suas orelhas. O sujeito até esse momento não tinha falado uma só palavra e eu temia que não dissesse nada. A verdade, era que parecia preocupado em não delatar seu grupo, o que me fazia pensar no quanto deviam confiar uns nos outros ou deveria ter algo mais importante para ele envolvido. Afinal, ele estava na berlinda, quase de viagem marcada ao inferno a qualquer momento, mas essa possibilidade não parecia assustá-lo, aparentemente.

—  Deixe-me tentar? —  pedi, pegando a faca das mãos de Dom, e me aproximei do homem, que me olhou com desdém. Um sorriso cheio de dentes avermelhados pelo sangue, brincou nos lábios do sujeito, mas em vez de me deixar irritado, sua ação me fez rir também. Ele não tinha noção do que o aguardava, eu era muito bom em fingir ser impiedoso. Sem aviso, segurei sua mão direita aberta sobre o braço da cadeira e desci a lâmina de uma só vez arrancando seu mindinho. Os gritos do bastardo foram tão altos que ecoaram por todo o espaço vazio ao nosso redor. Aquilo bastou para tirar o sorrisinho de sua cara. Foi a minha vez de levantar sua cabeça, puxando-o pelos cabelos, enquanto perguntava cara a cara, nossos narizes quase se tocando.

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