4 - Cinderela

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– Perfeito, meu personagem principal voltou. – A voz de Roan estava cheia de sarcasmo. Ele visivelmente engoliu em seco, porém, quando Clarke saiu do caminho para revelar que Lexa estava atrás dela. – Quero dizer, você chegou bem na hora.

Lexa não se apressou, deixando seus olhos percorrerem Roan de cima a baixo.

Ela caminhou dolorosamente devagar até que ela estava passando atrás dele, dando uma volta desnecessária ao redor da mesa para fazê-lo se sentir desconfortável. 

Quando ela finalmente se acomodou na cadeira, perigosamente perto, Roan mordeu o lábio antes de se recompor para a história.

" Era uma vez uma menina chamada Clarke, que até recentemente tinha uma vida muito boa. Já não era tão bom. Clarke ela estava sendo explorada. Sua madrasta malvada, Anya, a obrigou a fazer todo o trabalho e não ofereceu ajuda. Seus dois meio-irmãos malvados, Finn e Bellamy, eram tão ruins quanto.

Um dia veio a notícia de que haveria um baile de máscaras. Anya proibiu Clarke de ir, porque ela tinha trabalho a fazer. Enquanto observava sua família adotiva ir ao baile sem ela. Clarke voltou ao ser quarto para chorar.

Suas lágrimas convocaram sua fada madrinha, Raven.

' Isso simplesmente não vai funcionar. Levanta-se e vamos ver com o que estamos lidando aqui. Hum, sim. Eu posso trabalhar com isso.

Raven acenou com sua cheve mestra e os trapos desleixados de Clarke se transformaram em... "

– O vestido de baile mais elegante e respeitável já criado –, interrompeu Lexa. De jeito nenhum ela deixaria Roan escolher as roupas de Clarke. – Devo descrevê-lo? – ela perguntou inocentemente.

Roan beliscou o braço de Lexa para dar ênfase. 

– Arruina a surpresa se você fizer isso. Posso? – Lexa deu-lhe um aval exagerado.

" Sim, era um vestido adequado apenas para um baile. Sua máscara cobria seus olhos, escondendo sua identidade. E o cabelo dela estava enrolado. Todo o seu corpo parecia brilhar.

Raven transformou uma abóbora em carruagem para Clarke e a avisou que quando o relógio batesse meia-noite ela voltaria ao seu estado de excesso de trabalho. Clarke correu.

No baile, Clarke teve uma conversa constrangedora, obrigatória, com outros convidados, até ser afastada pela pessoa mais extraordinária do lugar. Essa pessoa era misteriosa. Impecavelmente linda. Inteligente. Tudo o que alguém poderia querer. Essa pessoa gostou de Clarke.

Clarke não sabia na época, mas estava na presença da princesa. Princesa Alexandria. "

Foi a vez de Lexa engasgar com a água.

– O... o quê? – ela ofegou. Lexa respirou fundo algumas vezes para se recompor. – O que estamos vestindo, Roan?

" Ah sim, a princesa estava envolta em uma forma adequada vestida da cor da meia-noite. Ele abraçou a parte superior do corpo e os quadris e lentamente caiu mais e mais solto à medida que se aproximava do chão até formar uma poça aos seus pés. O céu estava sem brilho em comparação com todas as estrelas em seu vestido e em seus olhos. Seu cabelo escuro estava solto, apenas alguns fios puxados para trás e presos no lugar por um grampo em forma de coração. Sua máscara era de um branco puro para contrastar com toda a escuridão, tanto em sua aparência quanto em sua vida.

O vestido de Clarke era um vestido cheio em uma cor pêssego-pérola. Ela brilhava como o sol naquela noite sem lua. Seu cabelo estava puxado para cima, enrolado firmemente em sua cabeça, de uma forma tão perfeita e natural que você pensaria que era mágica, o que era. Sua máscara era preta como breu, para se opor ao quão perfeita ela era. O toque final foram seus sapatos de cristal.

As duas tiveram uma conexão perfeita e instantânea.

Era como se elas compartilhassem uma alma, duas metades de um todo.

Nenhuma das duas conseguia pensar em alguém com quem preferisse estar do que uma com a outra.

Fugiram da festa para se sentar no jardim, às vezes em silêncio e às vezes conversando. Ambos combinavam com elas.

Quando o relógio começou a bater meia-noite, Clarke deu um beijo casto na bochecha da princesa Lexa e desapareceu na noite.

Além da sensação calorosa que ela deixou com a princesa, um único sapatinho de cristal escorregou de seu pé na fuga.

Lexa não descansou até encontrar Clarke, devolvendo o sapato e confessando seu amor eterno por… "

A mão de Lexa segurou firmemente a boca de Roan.

– Todos nós sabemos como a história termina. – Sua voz estava um pouco trêmula. – O príncipe e a Cinderela se casam e vivem felizes para sempre.

– Exceto que desta vez, é uma princesa, – Clarke corrigiu. Ela usava o mesmo rosto que costumava lidar com as travessuras dos 100. – Duvido que termine de forma diferente. Afinal, estamos apaixonadas. ‐ Lexa visivelmente tensa. – Acho que o que Roan ia dizer era que a princesa Lexa confessou seu amor eterno por Clarke e elas se casaram, viveram felizes para sempre e fizeram sexo realmente pervertido. Eu perdi alguma coisa?


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