5 - João e o pé de feijão

46 13 1
                                    

Clarke nunca pensou que ela seria a razão de tantas pessoas ficarem com vários tons de rosa. E ela certamente não achava que poderia ter esse tipo de efeito em Lexa. A mão da comandante havia caído da boca de Roan e ela olhava com os olhos arregalados e a boca aberta para Clarke.

Esse tipo de palavra não saiu da boca de Clarke. Lexa não tinha certeza do que a fazia corar ainda mais: o fato de Clarke ter acabado de dizer aquelas palavras, o fato de aquelas palavras serem uma representação precisa tanto do que aconteceria quanto do que Roan diria, ou dos pensamentos que aquelas palavras provocaram.

– OK. – Anya bateu palmas, provavelmente mais alto do que pretendia. – Eu tenho um. Todo mundo se acalmou?

" Era uma vez um menino não tão brilhante chamado Roan. Ele morava com sua companheira, Anya, em uma fazenda tranquila. O problema era que os dois eram muito pobres, e Roan não era tão esperto. Anya pediu a Roan, muito gentilmente, que levasse sua vaca ao mercado e a trocasse por um pouco de ouro ou qualquer outra coisa que eles usassem por dinheiro.

Roan saiu com boas intenções, mas nunca chegou ao mercado. Ele encontrou um vendedor na estrada que se ofereceu para trocar pela vaca. Roan, sendo preguiçoso, aceitou a troca se isso significasse que ele não teria que andar todo o caminho até o mercado. O vendedor deu a Roan um punhado de feijões e disse que eram mágicos.

Roan foi para casa e mostrou os feijões mágicos para Anya. Anya não gostou e jogou o feijão pela janela.

Roan foi para a cama sem jantar. "

Clarke bufou ao ver como Anya estava contando essa história do infortúnio de Roan.

Roan lançou um olhar em sua direção que Clarke deu de ombros. Em troca, ela lançou um sorriso em sua direção.

" Durante a noite os feijões cresceram em um pé de feijão gigante. De manhã, Roan decidiu subir no pé de feijão e ver para onde ele levava. Ele subiu por muito tempo e ficou muito dolorido e muito cansado.

Quando ele chegou ao topo, ele estava de pé nas nuvens.

Ao seu redor havia uma fazenda, muito parecida com a sua, mas ampliada 100 vezes. Tudo era gigante. Roan entrou na casa da fazenda e se deparou com um ganso, do tamanho normal. O ganso estava sentado em uma almofada muito bonita. Roan pensou que o ganso faria Anya perdoá-lo, então ele o ergueu e descobriu que havia posto um ovo de ouro. "

– Essa história é realmente precisa? – Roan bufou. Ele havia cruzado os braços e estava ligeiramente inclinado para a frente. Ele foi silenciado por Anya e Lexa. – Só estou dizendo que parece que nem todas as minhas conquistas são minhas. Estou apenas acontecendo com eles. É isso que você realmente pensa de mim?

– Claro que não. – Anya pousou a mão gentilmente no cotovelo de Roan, provocando uma sobrancelha levantada de Lexa. – Você apenas tem muita sorte, apesar de você mesmo.

A carranca de Roan se intensificou.

– Caramba, valeu.

" Roan enfiou a gansa dourada poedeira debaixo do braço e voltou para o pé de feijão. Ao sair, sentiu o chão tremer.

“Taxa, fi, fum, pé. Sinto cheiro de sangue de um idiota.”

– Bellamy. – A voz de líder de Clarke voltou. – Admito que 'o salvador' não combina com Roan, mas você poderia ter inventado uma rima mais criativa. – Todos podiam sentir a decepção irradiando de Clarke.

" Roan, provando que o gigante – e o narrador – estava errado, pegou o ganso e deixou o pé de feijão. Quando ele completou sua descida, ele apresentou o ganso para Anya. A princípio, ela ficou desapontada por ser a única coisa que ele trouxe de volta. Mas uma vez ele explicou que botava ovos de ouro; ela o recompensou com um beijo na bochecha. "

Anya pontuou sua frase com um beijo na bochecha de Roan. Roan ficou levemente embaraçado. Ele então sentiu um chute debaixo da mesa. Incapaz de identificar suas origens, ele teve que assumir que era Clarke ou Lexa.

– O fim. – Anya sorriu para a sala. – Isso foi muito mais suave do que os últimos, hein?

Tell Me a Story | version clexa ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora