Cor-de-Mel (cap 31)

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Pov Any

Saber que Sabina estava disposta a tentar, mesmo que não estivesse apaixonada por mim, fazia meu peito se inflar de felicidade. Ela queria mudar, e não havia melhor maneira de demonstrar isso. O calor de seu abraço preenchendo meu corpo, cada pedaço dela completa-me.

Sabina- meu cheiro fica muito melhor em você! sua voz suave e roca pelo choro, entrou nos meus ouvidos, sorri. Era tão bom tê-la assim.

Me afastei um pouco, olhei para janela, o sol começava a nascer. Os poucos raios que entravam iluminado o quarto, ficavam em contraste com os brilhante olhos mel esverdeado, lhes dando uma tonalidade mais clara. Ela focou os nos meus, estavam diferentes, ainda indecifráveis, porém diferentes.

Levei minha mão ao seu rosto sentindo sua face única, cada traço, mesmo que mínimo, me hipnotiza, encanta e me derrete. Esse olhar poderia derreter uma geleira, e ao mesmo tempo demonstram ser o iceberg que afundou o Titanic. Ela sorriu, eu não poderia me acostumar com esse sorriso.

Meu celular começa a tocar me despertando dos devaneios, dou um beijo na bochecha de Sabina e vou até a cadeira aonde o meu celular se encontrava. Era minha mãe. Atendi.

- oi, mãe?- falei receosa.

Pri- onde você está, minha filha? Como some assim no meio da noite com meu carro? O que tem nessa cabeça? Venha já para casa, e não estou de brincadeira, Any Gabrielly Soares .- disse afobada. Falou meu nome inteiro, to fodida.

- mamãe, eu estou na, Sabina, ela está doente. Teve um resfriado forte! Eu queria ficar aqui, cuidar dela, vou pra casa mais tarde.

Olhei para Sabina, ela me fitava da cama, parecia confusa.

Pri- não! Você vai à escola, Any. E isso é uma ordem! Não é nenhuma médica! Essas suas saidinhas, dormindo fora de casa, nada disso e de seus feitil. Escute bem, venha agora, e iremos conversar.- seu tom bravo me amedrontou um pouco.

Sabina ainda me olhava da cama. Sua aparência havia melhorado, mais ainda estava pálida.

-mãe, eu só quero ajudar, ela precisa de ajuda! Por favor, não posso deixar ela.- usei minha língua nativa, na intenção de amolecer o coração da dona Pricila.

Pri- sem joguinhos, Any! Eu não caio mais nessa, estou esperando, venha e pronto.- disse por fim, e desligou antes que eu pudesse protestar.

Sabina- algum problema?- pergunta. Eu sigo até a cama me sentando ao seu lado. Ela me parecia tão frágil, eu queria cuidar dela, como se esse fosse meu destino.

- roubar o carro da minha mãe, pra ir atrás de uma maluca, que por sinal é minha paixonite, no meio da noite, conta?!- brinquei, ela sorriu fraco. Os olhos fundos, o reflexo do sol em seu rosto, a palidez profunda. Mais, ainda sim, linda.

Sabina- sinto muito. Eu não queria lhe causar problemas, mais é só isso que sou, um problema, grande e confuso!- baixou o olhar. Era tão estranho vê-la assim, Sabina Hidalgo, sendo frágil, a garota mais confiante, parecendo uma criança assustada com os monstros que moram no armário.

Acariciei seu rosto, fazendo-a erguer o olhar pra mim, e, como nunca antes, me conectei a eles, os brilhantes cor-de-mel, reluziam com os meus castanhos, eu paralisei, eram tão intensos, como se a grande camada grossa, que os cobriam, tivesse sido retirando, mostrando toda a intensidade, a profundidade que me deixou sem ar, como se eles fosse capazes de me dilacerar.

Ela pareceu perceber o que fazia, logo os fechou, e me tirou do transe, e quando os abriu novamente, estavam opacos, vazios, como sempre. Eu não entendi se foi coisa da minha imaginação, ou se eu realmente havia sentido o mesmo que ela. Só então consegui respirar soltando o ar prezo dos pulmões, o que resultou em um suspiro inesperado.

(sabiany) Bad Girl The opposites Onde histórias criam vida. Descubra agora