A mulher de vermelho na névoa (Assassinato no Expresso Oriente, Agatha Christie)

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... Ou quando fui Hercule Poirot, em Assassinato no Expresso Oriente


O mundo inteiro branco

Noite de frio cortante

Na estação de Vinkovci

Névoa, nevasca, nevoeiro

Sobre as terras sem fim


Eu me debruço na janela

Eu acendo um cigarro

Estou preso no tempo

Sofrendo os segundos

Expirando as horas


Não reconheço ninguém

São todos fantasmas

Criaturas esquivas

De olhares em brasa

Pelas cabinas do trem


Mas há uma aparição


Na plataforma da madrugada

Ela caminha em nuvens

O cabelo que oscila no vento

O robe do dragão vermelho

E o perfume de nozes


Eu ergo os olhos

Não quero perdê-la

Não quero me esquecer

Da mulher de vermelho

Que caminha na névoa


O instante se reverte

Outro giro do segundo

Vinkovci é lugar ausente

Isolado, deserto, inerte

Quando ela desaparece


Eu sei quem eu sou

Apenas estratagema

E ela é as sombras

Ela é o meu segredo

Incógnita para sempre

Adeus aos PássarosOnde histórias criam vida. Descubra agora