... Ou quando fui Hercule Poirot, em Assassinato no Expresso Oriente
O mundo inteiro branco
Noite de frio cortante
Na estação de Vinkovci
Névoa, nevasca, nevoeiro
Sobre as terras sem fim
Eu me debruço na janela
Eu acendo um cigarro
Estou preso no tempo
Sofrendo os segundos
Expirando as horas
Não reconheço ninguém
São todos fantasmas
Criaturas esquivas
De olhares em brasa
Pelas cabinas do trem
Mas há uma aparição
Na plataforma da madrugada
Ela caminha em nuvens
O cabelo que oscila no vento
O robe do dragão vermelho
E o perfume de nozes
Eu ergo os olhos
Não quero perdê-la
Não quero me esquecer
Da mulher de vermelho
Que caminha na névoa
O instante se reverte
Outro giro do segundo
Vinkovci é lugar ausente
Isolado, deserto, inerte
Quando ela desaparece
Eu sei quem eu sou
Apenas estratagema
E ela é as sombras
Ela é o meu segredo
Incógnita para sempre
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Adeus aos Pássaros
PoetryTodas as poesias que eu escrevo para livros lidos Meu último adeus às suas histórias E personagens que, um dia, eu fui Minha gratidão para autores Suas almas em caleidoscópio E meu jeito de deixar um livro partir... Como pássaros