... Ou quando fui Oliver
O céu cor de pêssego na manhã quente ao mar
O cheiro do sol nas ondas que sobem à praia
O som das raquetes de tênis e bolas na rede
A luz que entre pelas persianas da janela
E pinta meu quarto em linhas brancas
O cheiro dos damasqueiros na tarde escura
A brisa que farfalha as folhas e a grama fresca
O ar abafado no meu pequeno paraíso
Os insetos que caem nas águas da piscina
As sombras das folhas nos azulejos do fundo
As notas graves no piano da sala de estar
Os padrões do tapete para o corredor
As pinturas antigas nas paredes caiadas
O sândalo e o mogno nos móveis antigos
O bater de uma porta no vento repentino
Ah, e você, Élio, e você ao meu lado
O brilho em cada fio de seu cabelo castanho
As veias nos cantos de seus olhos cor de tronco
A palidez em braços finos, lisos e frágeis
O jeito como você olha pra mim da mesinha
A sua presença neste que é meu quarto
O som do desabotoar da sua calça jeans
O desespero por sentir o toque na pele
A vulnerabilidade do corpo masculino
O seu gemido tangente
E o meu último dia neste lugar
A vista do casarão na beira do mar
A luz alaranjada nas cercas de madeira
O vermelho carmim dos pés de tomate
O longo suspiro no banco do táxi
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Adeus aos Pássaros
PoetryTodas as poesias que eu escrevo para livros lidos Meu último adeus às suas histórias E personagens que, um dia, eu fui Minha gratidão para autores Suas almas em caleidoscópio E meu jeito de deixar um livro partir... Como pássaros