Capítulo 2

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Pov. Jason

Eu adorava ver o sol nascer, mas hoje eu preciso confessar que acordei a força. Passei a noite e grande parte da madrugada executando a sexta tentativa de terminar o maldito Trabalho de Conclusão de Curso, por Deus, dessa vez eu consegui finalizá-lo.

Levanto da cama com a cabeça martelando a seguinte frase: "Você precisa de um emprego ou vai passar fome!" Como se eu já não soubesse disso!!!!!

O último ano da faculdade foi o pior, ainda mais quando se é bolsista! Moro num apartamento minúsculo graças ao meu cunhado que me deu permissão para ficar nele depois de casar com a minha irmã e se mudar para outra cidade por conta de uma promoção no trabalho. Eles são a única família que eu tenho.

Fui pro banho depois de ver o sol nascer lindamente através da janela do meu quarto. Fiz a minha higiene e sai pelado até quarto, vantagens de morar sozinho. Vesti uma calça preta social, uma camisa rosa clara, uma gravata fina preta com detalhes rosa e o terno também preto. Hoje seria o dia de visitar as empresas em busca de alguma chance, digamos que meu trabalho na biblioteca da universidade não estivesse mais dando para comprar comida e o básico para sobreviver.

Saio de casa apenas com a bolsa de documentos e o celular, caminho em direção ao metrô e me pego pensando em como tudo sempre foi trabalhoso e suado para mim. A vida inteira eu trabalhei, meus pais morreram e só deixaram dívidas para mim e Thalia, minha irmã mais velha. Thals sempre trabalhou para me sustentar e foi no trabalho que ela conheceu Luke Castellan, seu marido. Os dois casaram e hoje vivem bem. Tudo que eu mais queria era orgulhá-la.

Desço na estação do centro da cidade e caminho até os prédios empresariais. Entro no primeiro e entrego meu currículo, eles de antemão já informam que não têm vagas, no momento. Continuo minha saga por toda a extensão da rua, mas não encontro boas chances em lugar nenhum. Entro no primeiro café que vejo e peço um cappuccino, sai tão cedo que nem tive tempo de comer. Observo o lugar cheio de homens de negócios e viajo pensando em como seria legal trabalhar com algum deles.

Enquanto bebo meu café predileto vejo que o homem que estava ao meu lado esqueceu sua carteira, que parecia bem gorda, ao meu lado. Sem pensar duas vezes seguro o objeto com as mãos firmes e saio do estabelecimento correndo na outra direção por onde tinha começado a entregar os currículos.

Não é possível que ele ande tão rápido assim!

Corro por entre as ruelas laterias e não vejo a cabeleireira negra e a pele pálida do homem que bebia um café preto ao meu lado enquanto falava ao telefone. Desisto de procurá-lo depois de estar suado e com os pés doendo no sapato social. Sento numa calçada qualquer e abro a carteira. Minha intenção não era bisbilhotar, mas nela havia um cartão com o contato de emergência e uma foto de um casal sorrindo. Os dois rapazes pareciam muito felizes e apaixonados. Será que um dia eu colocaria a foto de alguém na minha carteira?

Suspiro afastando esses pensamentos melosos e disco o número de emergência.

Alô?

Bom dia, eu me chamo Jason Grace e achei essa carteira perdida no Café dicken's, na Avenida 3. Seu número estava como contato de emergência e eu estou ligando para devolver.

Oh Deus, Nico anda mesmo com a cabeça nas nuvens depois de ontem. Oi Jason, me chamo Will Solace, muito obrigado por ligar, fique onde está vou pedir ao dono que vá encontrá-lo agora mesmo.

Tudo bem, Will, não é problema nenhum. O dono deve estar preocupado.

Ele não deve nem ter percebido ainda. – O homem diz e rir. – Tchau e obrigado, novamente.

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