Capítulo 17

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Pov. Jason

Um filho! Meu Deus ele vai ter um filho com outra pessoa! Confesso que essa notícia me pegou desprevenido, mas nem de longe isso seria suficiente para eu deixá-lo. Um filho de Percy seria um pedacinho dele que eu aprenderia a amar, mesmo que não fosse meu também. Meu aproveitei dessa história para conseguir afastá-lo sem que ele desconfiasse do real motivo da minha partida.

Percy não poderia desconfiar de nada, ele não poderia saber a verdade. Eu iria protegê-lo mesmo que para isso eu tivesse que deixá-lo. Prefiro ele vivo e feliz longe de mim do que morto ao meu lado.

Deixá-lo foi a decisão mais difícil que eu tive de tomar em toda a minha vida. Logo agora que tudo parecia estar bem! Que droga! Saio do prédio de encontro a chuva forte, caminho até a estação devagar. Eu precisava pensar, precisava chorar, precisava morrer, se fosse possível. Eu não quero viver sem o Percy, não quero ter que deixá-lo para protegê-lo! Quero ele, ficar com ele, amá-lo e... Meu Deus, por que é tudo tão difícil?

Meu cérebro grita e eu choro me arrastando pelas ruas escuras e quase vazias da cidade. Eu queria gritar e chorar, mas eu não tinha forças o suficiente.

Meu coração dói só de lembrar a expressão de culpa e angustia no rosto do meu Percy, meu coração dói mais por saber que eu fui eu que causei toda aquela dor.

Chego em casa uma hora depois e entro no apartamento completamente molhado.

– Jason, você... – Léo se interrompe e me olha assustado. – Eu pensei que você fosse dormir com Percy, hoje.

Passo por ele sem nem me dá ao trabalho de responder e caminho direto para o meu quarto. Eu não quero conversar com ninguém e não quero ter que explicar nada. Tiro as roupas molhadas e visto outras secas, me jogo na cama e afundo debaixo das cobertas ainda chorando.

No meu celular há chamadas de Percy e algumas mensagens me perguntando se eu cheguei em casa. Respondo rapidamente que sim e desligo o aparelho.

Mergulho no meu mar de solidão e choro. Eu perdi Percy de uma vez por todas.

No dia seguinte eu fui trabalhar. O pior de ser adulto que não importa o que aconteça na sua vida você tem que ir trabalhar no dia seguinte! Não importa seus problemas sentimentais ou hormonais você tem que ir trabalhar no dia seguinte! Não importa o tamanho da sua dor, se ela não vier de algo visível, você tem que ir trabalhar no dia seguinte!

Encontrei Léo no café da manhã e me desculpei. Ele não tentou saber o motivo da minha chegada infeliz ontem e me deu espaço, o que agradeci muito!

– Ei, super-man, consegui um apartamento pra mim! – Léo diz já no metrô.

– Um apartamento? Como assim, Léo?

– Bom, eu juntei dinheiro durante todos os meses que eu fiquei na sua casa e economizei bastante, por isso consegui alugar um apartamento no mesmo prédio que você!!! Ah, e em breve eu pretendo comprá-lo!

– Léo que notícia boa! Fico feliz que você ainda vai ficar perto de mim. – Tento sorrir, mas é meio doloroso.

Léo percebe e desvia o olhar.

– Olha, Jason, eu não vou ser enxerido e me meter na sua vida, mas você não pode esquecer que eu sou seu amigo acima de tudo. Se precisar de qualquer coisa conte comigo.

– Tudo bem, Léo, eu sei. Muito obrigado! – Agradeço, mas não menciono nada.

Tudo que eu não queria era mais alguém em risco.

Ao chegar na empresa vou para minha sala e quase tombo da cadeira quando escuto a voz de Percy. Olho por sobre o ombro e vejo ele cumprimentar Léo, no momento em que ele vira na minha direção eu desvio o olhar e finjo ligar meu equipamentos. O que ele está fazendo aqui?

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