Capítulo 32

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                                             Conversa
                   "E agora, o que nós vamos fazer? "


A partir de agora, outras pessoas, que marcarem a fanfic é claro irão ter seus momentos de fala também.
Ou seja, mais personagens irão narrar e contar um pouco a versão deles.
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@malufca

Ter um filho não era o que eu esperava.
Nem agora e nem nunca.
Sempre fui muito cuidadosa diante disso, sempre tomei meus remédios certinhos e nunca deixei de usar proteção.

Na noite em que eu fiquei com o Gabriel, eu estava carente e consequentemente na pausa do meu anticoncepcional.
A porra da pausa entre uma cartela e outra.

Nós nos prevenimos, eu fiz questão que ele usasse camisinha mas ela estourou, na hora eu relevei não queria estragar o momento.
Mas no dia seguinte, fui até a farmácia e tomei a pílula do dia seguinte para previnir essa gravidez.

Eis a questão:

Eu bebi no mesmo dia.


Sim, eu fui uma burra do caralho.
Sai com alguns amigos e tive e decência de beber bebidas alcoólicas reduzindo o efeito da pílula.

Como eu fui burra.

Como eu sou burra.


Eu e Allan não tínhamos nada, só ficamos algumas vezes mas toda essa história que a gente se gostava era algo totalmente platônico entre os seguidores. Eu gostava, achava fofinho no início mas eu nunca gostei do Allan de outras formas, apenas como bons amigos.


Mandei uma mensagem para o Gabriel, ele iria voltar pra São Paulo hoje.
Disse que iria vir aqui depois de passar em casa pra tomar um banho e deixar suas malas.

Aproveitei para arrumar o meu quarto que estava uma zona.
Aproveitei pra gravar algumas publis no momento em que eu estaria sozinha e num silêncio perfeito, por um minuto eu pensei que daqui alguns meses esse silêncio iria ser substituído por choro de bebê.


Em alguns meses eu não iria mais dormir a noite toda tranquilamente, em alguns meses eu não poderia mais beber até esquecer meu nome pois teria que lembrar o nome do meu filho, em alguns meses eu teria uma vida pra cuidar e educar, em alguns meses eu nunca mais ficaria sozinha.


De um modo aquilo me assustava um pouco, mas de outro ficava feliz em saber que eu iria ter uma companhia pro resto da vida.


Eu só queria que fosse mais tarde né, não queria ter um filho agora queria estar bem financeiramente pra cuidar de uma criança.


Estava dobrando algumas roupas quando escuto a companhia tocar.

Ele chegou.


Me apresso indo até a porta, abro e tenho a visão de Gabriel mexendo no celular completamente distraído.
Quando ele me vê, abre um sorriso e me cumprimenta logo em seguida.


— Oi linda. - ele deixa um beijo no canto da minha boca e me abraça logo em seguida.

— Oi. - dou espaço pra ele entrar e ele se senta no sofá. - Você quer uma água ou alguma coisa?

— Não linda, obrigada. - ele agradece e eu me sento de frente pra ele. - Então, o que tinha de tão importante pra falar?

— É o seguinte, eu vou ser breve com você. Lembra daquela, uma noite antes de entrarmos na casa Chango?

— É impossível esquecer esse noite, Malu. - ele diz dando um sorriso. -

— Então, a partir de agora vai ser mais impossível ainda.

— Como assim?

— Gabriel... Eu estou grávida. - eu falo rápido sem delongas e vejo seu brilho sumir na hora.
Ele apoia nos cotovelos na perna passando a mão em seu rosto.


Ficamos em um silêncio constrangedor, ele se levanta do sofá e fica andando de um lado pro outro na sala, eu já estava ficando agoniada com isso.

— Porra, fala alguma coisa! - eu grito nervosa.

— Você quer que eu faça o que? Solte fogos? Coloque uma camisa dizendo que eu amo ser pai? - ele diz apavorado.

— É melhor do que ficar calado, sem dizer nada me deixando mais nervosa ainda.

— Maria Luísa, eu não tenho o que falar caralho. Minha vida acabou, minha carreira acabou. Eu acabei de começar no mundo da música, a gente deveria ter tomado cuidado.
E como você acha que eu estou? Quer eu pule de alegria em saber que provavelmente eu vou ter que parar a minha vida? - ele diz alterado.


— E COMO VOCÊ ACHA QUE EU ESTOU? - grito. - como você acha que eu estou diante dessa situação? Como você acha que eu estou em saber que a minha carreira que acabou de começar vai ter que parar, que os meus trabalhos como modelo vão ter que parar porque eu vou estar com uma criança na barriga? Porra Gabriel, eu estou tão frustrada quanto você.  - eu falo sentindo as lágrimas descerem forte em minha bochecha.


Ele vem até a mim me abraçando e deixando um beijo na minha testa.
Agarrei forte o moletom que ele usava deixando minhas lágrimas caírem sem preocupação. Nesse momento eu não tinha nem mais forças pra tentar esconder meus sentimentos.

Ficamos ali abraçados por um tempo até eu conseguir me recompor. Ele me ajuda a sentar no sofá e segura minhas mão se sentando do meu lado.

— E agora, o que nós vamos fazer?

— O que você quer fazer? - ele pergunta. - Se você quiser interromper essa gravidez, eu vou te apoiar mas se você quiser ter esse bebê eu vou te ajudar, vou te dar todo o suporte, eu não vou sair do seu lado nenhum minuto Malu. - ele diz me abraçando.


Ficamos ali abraçados por um tempo, Gabriel disse que teria que ir na gravadora para uma reunião mas que estaria de volta em breve pra passar o resto dia comigo.


Achei fofo da parte dele, apesar de não termos um relacionamento somos bons amigos.
As horas se passaram voando, durante a tarde  quando Gabriel voltou, assistimos um filme e passamos a tarde conversando sobre diversas coisas que me faziam ficar distraída.


Após ele ir embora, eu fiz jantei e subi pro meu quarto pra terminar de arrumar.
Tinha apenas uma pequena pilha de roupas para dobrar e eu não demorei muito pra terminar de arrumar meu quarto.
Tomei um banho e quando saí por algum motivo eu parei em frente ao espelho me lembrando do sonho que Carol teve.


Minha barriga não tinha nenhum volume, mas eu passei a mão imaginando como seria daqui pra frente.
Por mais que eu não esteja pronta, interromper a gravidez era uma decisão que eu tinha tomado pelo o meu trabalho e não por mim.


Sabia que seria um caminho difícil, mas eu decidi que estaria pronta pra vencer qualquer obstáculo que aparecesse na minha frente.


Eu vou seguir com a gravidez, eu vou ter esse filho.

Eu sei que não vai ser uma jornada fácil, sabia que a maternidade tinha suas dificuldades mas eu também sabia que teria que assumir com essa responsabilidade daqui em diante.


Coloquei uma roupa confortável pra dormir e liguei pra Amanda, marcamos de conversar amanhã de manhã.

Eu já estava decidida em não assumir nada publicamente. Não antes de completar quatro meses de gravidez e estar bem emocionalmente para lidar com os comentários que irei receber.

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Vidas, um capítulo bem leve para vocês ok?
Creio que hoje ainda terá mais um, não tenho certeza.
Beijossss❤️

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