Capítulo 27

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                                      ___Poema___
   "Estamos em um lugar perfeito, estamos na Bahia!"

@pricaliari

Eu estive pensando nela durante a noite, procurei seu cheiro em meio de tantas inseguranças, tantas dúvidas, tantos medos.

Talvez eu esteja errando por pensar o pior, talvez fosse melhor simplesmente parar de criar histórias na minha cabeça e deixar tudo para lá, mas eu não consigo.

E é por conta desses malditos pensamos que eu estava sem ela agora.
Eu confio nela, confio em nosso relacionamento, mas meus pensamos me traem da forma mais traiçoeira e descarada possível.

Todo namoro tem brigas, eu deveria saber disso. Mas acho que eu caí em mundo achando que eu e Carolyna éramos perfeitas, não brigávamos, não discutíamos, não discordávamos em absolutamente nada porém não é assim que funciona.

Somos pessoas públicas sim, mas antes disso somos pessoas comuns também.
Erramos e temos que aprender a concertar nosso erro juntas.

Eu estava sentada na praia, acho que esse foi o único momento em que eu saí do quarto.
Eu não consegui comer, algo me corroía por dentro de uma forma inexplicável...

Sentada encolhida na canga sobre a areia gelada da Bahia, o por do sol era a coisa mais linda.
Escutava o barulho das ondas quebrarem e nas minhas mãos eu segurava uma caixa e observava os colares que haviam dentro.

O colar em que eu trouxe para Carolyna.

Eu estava guardando ele um bom tempo, eu queria dar em um momento especial e achei que Bahia, sua cidade natal seria o momento perfeito. Mas não foi como eu imaginei...

Eu continuo observando o por do sol que ficava cada vez mais lindo, o céu alaranjado me fazia sentir bem.

— esse por do sol é perfeito, não é? - escuto uma voz rouca atrás de mim, me viro ao identificar a voz e vejo Carolyna ali atrás. Ela parecia nervosa, usava um vestidinho branco simples e segurava um papel amaçado.

— É, eu também acho... - digo me virando pra frente e voltando observar o por do sol.

— Ela fica ainda mais linda quando estamos ao lado de alguém tão especial. - ela diz e eu sinto ela de aproximar.

— Carolyna, eu acho melhor a gente... - sou interrompida por ela.

— Pri... Não fala nada, apenas me escuta, pode ser? - ela pede e eu assinto. Apesar de não estar pronta para ter uma conversa com ela, eu queria respeitar sua opinião independente disso. - Eu escrevi uma coisa, e queria ler pra você.

— É mais ou menos assim..
Eu pensei em te ligar, mas você não atenderia.
Eu pensei em te falar mas você não entenderia.
É que eu tenho tanto medo de partidas, que eu acabo sendo de idas.
Você sabe que eu sempre errei com juras, porque eu sempre prometo ficar em minhas partidas.
É que toda partida deixam rastros.
Meu amor eu nunca liguei pra ninguém, então grite comigo, me conta o que você sente porque as vezes eu quero sentir também...
E não concorde, não beije meu ego e abrace meu narcisismo.
Discuta comigo como se eu fosse a pior pessoa do mundo, até porque talvez eu seja. - ela para em um corte seco e fica em silêncio por alguns segundos. Eu me viro para a morena olhando desentendida.

— Por que parou? Continua.

— É que eu não achei nada que rimasse com "seja" - ela diz deixando escorrer uma lágrima, eu estendo a mão para que ela possa se sentar do meu lado.

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