Capítulo 39

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                                  Nada é como esperado
              "Amar é deixar ir"__________

Dias depois...

@pricaliari

Eu estava sem acreditar, parece a ficha ainda não tinha caído.
A mulher que eu mais amei na vida tinha partido dessa pra melhor.
Minha vovó, minha pedra, meu Porto Seguro, meu tudo...


Nesse momento, através da janela, eu observava a estrada e o sol nascer me fazendo perceber que eu já estávamos um bom tempo dentro do ônibus.

Deixar minha mãe para trás nunca foi tão doloroso, meu irmão, meus amigos de infância... A única certeza que eu tenho, é que sempre vou carregar minha vozinha para todos os lados no meu coração.


E por falar em Vovó, a vovó Margot resolveu ficar em BH.
Disse que estava velha demais para aproveitar São Paulo, ela nasceu em BH e queria morrer lá.



Eu estava voltando para São Paulo, sim, São Paulo.
Ao meu lado estava Carol, que estava dormindo tranquilamente. Era visível o quão cansada ela estava, Carolyna passou a noite praticamente em claro ajudando a minha família, incrível o quão perfeita ela é.


Carolyna era um ser que não merecia estar nesse mundo tão cruel. Em todos os meus relacionamentos, ninguém nunca esteve ao meu lado desse jeito, nos piores momentos.


Carol foi quem ajudou a minha recuperação, Carol ajudou a minha família no período de luto, Carol foi quem me lembrou de tomar os remédios nos momentos mais difíceis, Carol foi quem cuidou de mim.


Carol era minha minha casa, meu lar, meu refúgio.

Estar ao lado de Carolyna era como sentar na areia gelada de frente pro mar e sentir a brisa de maresia, estar com Carolyna era como beber uma taça de vinho em dias de estresses, dançar na chuva, viajar à noite, acordar antes do despertador e descobrir que podemos dormir um pouco mais, estar com Carolyna era a melhor sensação do mundo.



Por mais que o nosso relacionamento esteja fraco, eu sinto que ela é a minha pessoa, a minha pessoa favorita no mundo. O amor que eu sentia por Anna Carolyna era impossível explicar a alguém, eu apenas sinto.


[...]


Chegamos da viagem, Carolyna quis ir lá pra casa novamente mas eu preferi que ela fosse para casa dela. Ficar com Danda e descansar, já que ela tinha apenas cochilado durante a viagem.


Cheguei em casa e foi aí que a ficha caiu.
Eu não sei o que sinto, não sei como vou conseguir suportar essa dor dentro de mim, senti o choro vir forte durante o banho. A água do chuveiro se misturava com as minhas lágrimas, deixando tudo ainda mais dramático.


Ao sair do banho, coloquei uma roupa confortável, estava sem fome, então me deixei na cama sentindo o cheiro de Carol invadir minhas narinas.


É incrível que mesmo ela estando longe, ela era presente na minha vida.


Senti meus olhos pesarem, e em meio de tantas lágrimas, eu dormi.

[...]

Acordei melhor do que imaginava. Consegui arrumar minha casa, fiz um almoço simples e minha tarde foi preenchida por músicas que acalmavam meu coração e me davam paz.


Escuto a companhia tocar, e fico supresa ao ver Carol ali na frente.
Seu semblante era preocupante, não esboçava nenhuma felicidade ou tristeza.


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