Talvez dizer que um vírus acabou quase por completo com a humanidade seja algo clichê. Dizer que existem 3 moças jovens em um pequeno vilarejo tentando sobreviver a ataques constantes seja uma história já batida, mas essa é a realidade. Dizer que ex...
Vida longa à toda a magia que fizemos... viva todas as montanhas que movemos.
Long Live ╰─────────────➤✎Taylor Swift
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Cheguei na cozinha ainda alterada, pedi licença e fui conversar com o Yan.
– Vou ficar no lugar do Henry – falei tentando manter a postura – por favor, sei que não vou me esforçar muito aqui. Me deixa ficar no lugar dele.
Yan me olhou surpreso e Sarah bufou atrás de mim.
– A Jéssica sabe disso? O Vi ou o John? – ele perguntou pensando se deveria deixar ou não.
– Por favor Yan – pedi praticamente suplicando – eu prometo falar com eles depois. Por favor, prometo não fazer nada do que você não permitir, por favor...
Ele me olhou, soltou o ar parecendo ainda indeciso, mas por fim assentiu.
Acho que nunca havia cozinhado com tanta animação em toda a minha vida. Para ser sincera, eu não fazia mais do que o básico e eu só sabia fazer algo por conta das pequenas aulas com o Yan. Eu era um zero à esquerda para cozinhar, não fazia nada realmente bom, além da super sopa da minha irmã, é claro. Sempre detestei cozinhar e sempre havia agradecido por ter crescido com uma cozinheira dentro de casa, se não fosse por isso, acredito que teria me sustentando com fast food sem pensar duas vezes.
Minha missão ali na cozinha era simples, eu apenas precisava fazer uma salada mista, o que incluía cortar e temperar várias folhas, entre elas alface, agrião, rúcula, escarola, tomate, cebola e salsinha. Tudo ali estava caprichado graças ao Yan também, que mantinha nossa pequena horta sempre muito bem cuidada. Eu nunca havia perguntado de onde ele conseguia as sementes... no fim, acho que sempre seria a menina da cidade que não poderia sobreviver sem a ajuda de outros. Eu havia tido sorte até então.
– Eu preciso pegar mais vinagre no depósito – Yan falou olhando para mim e para Sarah tentando decidir se era ou não uma boa ideia nos deixar sozinhas.
– Tudo bem, Yan – Sarah falou parecendo concentrada – Não iremos nos matar.
Apesar de isso ter me pegado desprevenida, eu consegui sorrir para confirmar o que ela havia dito. Yan hesitou um momento antes de sair. O silêncio que ficou foi consolador, eu não sabia o que falar para Sarah e ela provavelmente não tinha a menor vontade de iniciar uma conversa comigo, ou isso eu pensava.
– Não tive a chance de agradecer como é devido ainda – ela falou praticamente em um sussurro sem se voltar para mim.
Pensei um tempo antes de responder, não sabia exatamente como reagir.
– Não se preocupe, esquece isso – falei tentando cortar o assunto.
– Eu não gosto de você – ela seguiu falando e de repente parou de fazer o que estava fazendo e se virou – Suspeitei de você durante muito tempo, não só quando você entrou aqui. Desde que você chegou as coisas pioraram drasticamente. Já haviam acontecido dois incidentes, mas passamos um ano tranquilo depois disso. As coisas desandaram depois que você chegou.
