O Novo Lebensborn

{Cap. 17}

Sigo você até em casa, está com fones de ouvido e dançando
Que sorte, bela cena, você aproveitando ao máximo, olha pelas cortinas abertas
E você cai na mesma rotina zapeando pela TV relaxado e apoiado
E você pensa que está só
Goodnight and Go
╰─────────────➤✎Imogen Heap 

– Que saco – falei resmungando – Por que sempre me escalam com você?

– Talvez por que saibam que você é um problema e precisa ser vigiada? – Liam deu de ombros e seguiu andando.

– Ah, tanto faz. Só preciso passar no meu quarto para usar o banheiro.

Eu queria trocar a camisa, eu tinha suado muito e eu detestava sentir a roupa grudando no corpo.

– Quer que eu te acompanhe até a porta?

– Pode ser – falei dando de ombros.

– Está com medo? – ele sorriu maliciosamente – Covarde.

Não respondi, apenas entrei no quarto. Perguntei se ele queria entrar para esperar e ele aceitou. Fui até o banheiro e tranquei a porta, tirei a camisa que estava me incomodando tanto e abri a torneira, mas antes que eu levasse de fato a água até o rosto, eu vi um recado ao lado do espelho "Bom dia minha amada Eva. Saiba que eu estou te observando e sei cada passo que você dá. Não se suje com ele, ele não vale a pena". Senti um aperto terrível no peito e minha respiração começou a ficar difícil, "calma Eva, se controla, não tem motivos para entrar em pânico, é só alguém querendo te assustar" eu repetia para mim mesma, mas claramente não estava funcionando. A vertigem tomou conta do meu corpo e eu perdi o equilíbrio. Tentei segurar na própria pia, mas acabei derrubando algumas coisas, mesmo assim me mantive de pé.

– Eva – escutei Liam me chamando atrás da porta – Eva, tudo bem?

Meu corpo começou a formigar e eu sentia o corpo tremendo... lembrei de quando cheguei e do estado lastimável do Vi. Por que eu estava recebendo aqueles bilhetes? O que queriam comigo, afinal?

– Eva, eu vou entrar – eu notei a preocupação nítida de Liam.

– Vai embora – falei sentindo cada palavra entalar na garganta – Não entre aqui.

Eu sentia o suor escorrer pelo rosto e finalmente minhas pernas fraquejaram. Talvez o baque da queda tenha feito Liam finalmente se decidir e forçar a porta. Quando ele me viu, caída de joelhos, ainda com a corpo trêmulo, ele parou. Não sei se estava decidindo se tentaria me ajudar ou não. Ele saiu, pegou a sua própria blusa que seguia em um canto da minha cama e me vestiu.

– Eu te odeio – murmurei com a voz abafada – falei para você não entrar.

Eu continuava respirando com dificuldades e minha visão começava a ficar escura.

– Eu sei que me odeia, mas eu não ligo. Quer me responsabilizar por ter entrado? Ótimo... ou é porque você estava sem a camisa? Pode me responsabilizar por isso também. Mas por que você não sai do chão do banheiro antes?

– Eu só estava colocando a roupa – tentei falar, mas senti um enjoo repentino e me arrastei até a privada vomitando praticamente tudo o que eu havia comido durante o dia.

– Não sabia que era tão difícil trocar uma roupa – ele falou com um tom um pouco mais irritado enquanto segurava meu cabelo para que eu terminasse de vomitar – Eu fiquei preocupado, droga!

Ele me levantou, esperou que eu escovasse os dentes e me colocou na cama.

– Vou avisar que você não está bem. Você precisa de alguma coisa? – ele perguntou ainda com o seu tom meio arrogante.

– Só quero que você vá embora – falei me sentindo um lixo. Eu não sabia o porquê estava tão irritada.

Eu não queria que Liam tivesse me visto daquele jeito e isso me deixava de mau humor. O fato dele abrir a porta mesmo comigo deixando claro que não era para ele abrir me deixou ainda pior. Eu estava zangada com ele, mas sinceramente, me sentia mais zangada comigo mesma por estar me permitindo sentir essa ansiedade por alguns pedaços de papeis.