Brasileiro médio
Sou um brasileiro médio, tomo meus remédios
Bebo minhas doses pra fugir do tédioSou psicossomático, desligo as chaves, ando no automático
Sou louco varrido pra debaixo do seu vestidoEstou cavando um túnel do enfadonho para o absurdo
É minha passagem secreta, ninguém nota, as movimentações são discretasDe vez em quando o vidro embaça nos dias que as horas não passam
O calendário é cruel em conluio com o sol e o céuDe uma coisa não abro mão, estou fechado com o meu coração
Um dia tudo se evapora, até o mais belo se deteriora
O que sobrevive, vai parar nos livros de históriaJonas Luiz
14/09/22