vivendo com o perigo

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Vivendo com o perigo

Flertamos com o perigo
Vivemos num risco absurdo
Caminhamos na corda bamba
Vivemos dançando samba

Na loucura pra ser feliz
Em qualquer canto
Metemos o nariz
Disputamos com a natureza
Uma luta perdida, com certeza

E como se não houvesse o amanhã
Porque o amanhã poderá ser o último dia
Ou quem sabe mais um dia
Ai de quem não rezar sua ave Maria
Ai de quem construir no morro
Sua casa de alvenaria

Mas nada disso nos pertence
Todo esse solo é empréstimo compulsório
Todo esse chão, toda essa floresta
Que abastece meu pulmão
Toda essa carne assada sobre as brasas do carvão

Invadimos as praias com nossas caras pálidas
Só pra ficar com a cara vermelha e a bunda assada
Então o morro desce com sua vingança programada

A natureza é a dona da razão
Ela sabe que mais dias menos dias
Todos nós iremos para o seu chão

Jonas Luiz
22/02/23

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