07 | bobagens naturais

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     BELISCO O VOLANTE E SOLTO UMA LUFADA DE AR. Não costumo ser tão indecisa assim, mas algo em Max Verstappen mexeu com minhas estruturas e minha capacidade de raciocínio lógico. Será que é por que ele é atleta e atletas costumam não ter uma boa fama? Mas eu não preciso me preocupar com isso. Não vou me apaixonar. Não vou me aproximar demais. Raramente vou vê-lo. Eu e Max vivemos em universos completamente diferentes.

Talvez eu possa lhe dar uma chance.

Aperto os olhos por preciosos segundos e me concentro na estrada. Tento não pensar em nada até chegarmos ao clube onde está tendo a festa dos amigos de Lando. Passamos por um portão enorme, de onde já é possível ver toda a estrutura do Beach Club. Os prédios são enormes, pintados majoritariamente em branco mas com detalhes dourados. Luzes coloridas em painéis de LED são jogadas em todos os cantos, alcançando até mesmo o estacionamento. Ao longe, quase perto da praia, é possível ver um bangalô muito bonito e um tanto movimentado. Imagino que a festa seja lá.

Um a um nós estacionamos e descemos dos veículos. Lando e Ava vão na frente, não sei se de forma natural ou propositalmente, e George e Marie e Charles e Océane seguem em seu encalço. Não faço questão de alcançá-los, apenas foco em procurar uma sandália mais baixa que eu tenho certeza que deixei no banco de trás do carro.

Após uma busca que parecia não ter fim, encontro as rasteiras douradas e troco o outro par de calçados por elas. Estou fechando a porta e travando o carro quando vejo outro veículo passar pelo portão e se aproximar do estacionamento. Uma das luzes emitidas pelos painéis de LED me permite reconhecer Max ainda dentro do carro. Fico onde estou, observando-o preencher a vaga vazia e deixar o veículo. Uma bela Lamborghini prata.

Assim que os olhos de Max me alcançam, sorrio para ele. Ele sorri de volta e começa a andar em minha direção. Um pouco antes de me alcançar, olha para trás, deparando-se com os seguranças encostados no SUV preto que esteve em nosso entorno a viagem toda.

— Esses caras estão em toda parte? — ele questiona com um tom resignado ao parar perto de mim, apontando para trás com o polegar.

— Estão. É por conta da Ava. Ela não pode sair por aí sem escolta. — explico. Seu rosto se contorce em uma careta. — O que foi? Ela é uma princesa!

— Mas deve ser sufocante. Ugh. Sempre ter alguém de cara fechada na sua cola.

Dou risada. É, não dá para negar que é sufocante. Passei por isso durante a infância e parte da adolescência, me sentia constantemente vigiada e impossibilitada de dar um passo em falso como qualquer pessoa… comum.

— É, mas acho que com o tempo a pessoa se acostuma. — voltando a andar na direção no beach club, balanço os ombros. A brisa que vem do mar é forte e fria, me atinge em cheio e quase petrifica meu corpo. — O que aconteceu com você? Não vi que tinha se afastado da gente.

— Algumas ruas atrás um maluco me fechou e saiu cortando os outros carros na pista. O trânsito acabou ficando meio lento. — explica. Concordo com um simples aceno de cabeça. — Você estava me esperando?

Acabo não contendo o impulso e gargalho alto. Olho para Max com um sorriso ladino e ele parece tão cínico de uma forma que eu nunca vi na vida. O vento passa por nós outra vez e faz seu perfume forte grudar em mim.

— Por que eu te esperaria, Max Verstappen?

— Me diga você, Aileen Rodgher.

— Eu não te esperaria, bonitinho. Fiquei para trás pois estava procurando essas belezinhas aqui. — parei de andar apenas para apontar para as rasteiras em que estava calçada. — E aí vi você chegando. Fiquei com pena de te deixar ir sozinho.

Natural Nonsense | Max Verstappen ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora