Natural Nonsense | Max Verstappen ✓

10 | como a força da natureza

     UMA RAJADA DE VENTO PASSA E ARREPIA MEU CORPO, me obrigando a abraçá-lo instantaneamente. Mais uma vez desejo ter meu blazer em mãos, mas o deixei no carro outra vez. Suspiro, indignada com comum é para mim decidir fazer algo e me arrepender logo em seguida.

No domingo me arrependi de não estar com o blazer assim que sujei a blusa com a raspadinha, e agora também estou arrependida pois o vento frio que sopra a cada cinco minutos arrepia até a base da minha coluna. Balanço a cabeça e dou risada. Sou uma idiota.

— Depois de um final de semana e de um dia tão agitado, isso aqui parece… parece… — Max fala de repente. Olho para ele, que parece perdido nas próprias palavras e na imensidão do que estamos assistindo. — Perfeito. Ideal.

— É porque pode ser que seja tudo isso mesmo.

Ele vira o rosto para mim e sorri, e eu acabo espelhando seu sorriso. Os olhos de Max atraem os meus, e da mesma forma que os dele se movem por minha face até chegarem em minha boca, os meus alcançam a sua.

Uma piscada dura em média cem a cento e cinquenta milissegundos, entretanto, eu pisco e esse tempo parece se estender o suficiente para que, quando eu abra os olhos outra vez, a mão de Max já esteja em meu rosto. E seus dedos passeiam delicadamente por minha face, tocam o canto dos meus lábios, afastam alguns fios do cabelo agitado pelo vento. Sustento seu olhar por tanto tempo que estremeço por dentro. Max segue acariciando minha pele e seu toque me esquenta.

Ficamos tão perto um do outro. E assim que seu nariz encosta no meu, minha respiração tremula. Ponho minha mão sobre a sua e seguro seus dedos com força, tentando lutar contra o que parece ser um imã me puxando para ele.

Não consigo resistir.

Nossas bocas colidem como dois asteroides em combustão vagando pelo espaço sideral. Mas ao contrário do que se espera de um contato como esse, não explodimos. Nos encaixamos.

Meus pulmões estão cheios de ar ao mesmo tempo que parecem estar vazios. Me entrego totalmente aos comandos de Max e deixo que ele descubra meus pontos fortes e fracos, que seus dedos acariciem meu rosto e depois meu cabelo.

Nesse momento, a única coisa em que penso é em como esse beijo me parece familiar, como se também existíssemos em outro planeta e nosso encontro tivesse ocorrido mais cedo. É o tipo de beijo que de tão certo parece errado, que faz tanto sentido ao ponto de me fazer passar pelo extremo da insanidade. Parece tão natural quanto uma força da natureza.

O piloto sorri e firma seu toque em meu rosto. Droga, esse momento é tão bom que eu poderia morar nele o restante da noite. Tudo dentro de mim estremece e eu me dou por vencida pela primeira vez na noite: ele me conquistou.

— Parabéns por sua segunda vitória em menos de quarenta e oito horas, Max Verstappen. — sussurro contra sua boca.

Ele ri, muito bora não faça ideia do que eu esteja falando. Não sei se pretendo contar tudo isso a Ava, mas tenho plena noção de que, se contar, ela vai surtar. Talvez não diga nada a Lando, mas certamente não vai sair do meu pé por um bom tempo; em momento algum ela fez questão de esconder que está tentando nos juntar. Acredito que eu e Max tenhamos bastante coisas em comum, mas ainda não consegui enxergar o que Ava viu para ser tão firme em sua "missão".

Se bem que, na realidade, Ava sempre foi firme em tudo. Ela é o tipo de pessoa que quando quer algo, não desiste até conseguir ou ter certeza de que seu desejo é impossível de ser realizado. A princípio seu namoro com Lando não foi muito bem aceito por nossa família, a boa maioria não achava que ele era a pessoa certa para ela e essas coisas, mas Ava não desistiu do relacionamento e fez questão de provar a todos o contrário do que eles pensavam. Lando acabou sendo aceito e o namoro foi aprovado — e agora ele é paparicado pelos sogros e pelos engravatados que cercam a família, esses últimos sempre fingindo que não passaram semanas enchendo o saco dele.