3| 300 moedas de prata

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"Não tenho nenhum problema, só você desde que nos conhecemos

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"Não tenho nenhum problema, só você desde que nos conhecemos.
Porque você é tóxico, garoto.
Eu nem preciso tentar encontrar a parte boa no adeus."

— Good In Goodbye, Madison Beer

Lá fora, os fogos de artifício começam a pipocar no céu

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Lá fora, os fogos de artifício começam a pipocar no céu. Projetores multimídia com as luzes da bandeira italiana iluminam a densa noite. Verde, branco, vermelho. Todos os prédios ou casas estão de janelas abertas, moradores cantam o hino da Itália e balançam bandeirinhas como uma forma de demonstrar patriotismo. É o evento do ano. A festa da contribuição nacional. Uma data festiva para o povo que só acontece uma vez ao ano e que é totalmente providenciada pelo governo.

Olhei para o espelho e suspirei. Não queria ir. Minha mãe e minha tia também não. Não era exatamente o nosso tipo de evento predileto, muito pelo contrário. Mas Bruno, sendo o primeiro-ministro, seria prestigiado nessa festa e faria questão da nossa presença lá. Ele enviou os convites pessoalmente e por mais que minha mãe não goste desse tipo de festança, ela ficaria sem jeito de cancelar em cima da hora. Pode-se considerar um defeito dela. Minha mãe não gostava de desagradar uma pessoa, seja quem for. Ela é muito boa, muito acolhedora. Seu coração é realmente um coração de mãe, porque sempre cabe mais um.

Mesmo contrariada, começo a me arrumar. Procurei no armário uma roupa adequada para a ocasião e encontrei um vestido rosa claro até os pés. Sentei-me de volta na penteadeira e comecei a escovar meu cabelo. Encarando a minha própria imagem, eu via muito mais do que apenas o físico. Via uma menina fingindo que cresceu, mas na verdade, continua sendo uma garota cheia de expectativas com o mundo. Expectativas que estão se esvaindo cada dia mais. Até não sobrar nenhuma. O que serei após isso, então?

Enrolei meus longos cabelos com a ajuda da escova, fazendo com que os fios fiquem encaracolados no final do comprimento que ia até a cintura. Tinham a cor do ruivo laranja, embora em locais com pouca luz eles ficassem na tonalidade de um ruivo acobreado, aproximando-se do vermelho. Mas eu gostava dessa cor exótica. Mamãe me disse que eu puxei os genes ruivos da minha bisavó, que era ruiva e seu marido também. Após pentear os cabelos, coloquei uma tiara de bolinhas neles e parti para a pele do rosto. Meus olhos eram verdes. Destacados pelas sardas espalhadas pela face, lábios pequenos, porém, carnudos, pele branca como a neve, queixo bastante marcado e rosto hexagonal, ou seja, com as laterais retas ao encontro do maxilar. Minha altura era mediana, embora de salto alto eu pudesse ficar três vezes mais alta. Corpo esguio e magro, seios relativamente medianos e nádegas pouco aparentes. Apesar de ter ouvido a minha vida toda que era bonita, linda e atraente, eu ainda possuía complexos inferiores que prejudicavam a forma como eu me encarava no espelho. Nunca me encontrava nele. Me sentia fora de contexto, não fisicamente e sim emocionalmente.

Sombras Da Morte | Vol. 1 | Saga Forever Young (REESCRITO)Onde histórias criam vida. Descubra agora