4| Desconhecido

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"Você pode ver minhas cicatrizes? Pode sentir meu coração? Isso é tudo de mim

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"Você pode ver minhas cicatrizes? Pode sentir meu coração? Isso é tudo de mim. Para todo esse mundo ver. Então quem vai ser. Aquele que você só precisa. Eu dei tudo e tudo o que você deu foi uma doce miséria."

— Scars, Boy Epic

As palavras de Bruno recaem sobre mim como um tufão devastador que põe ao chão todo o meu castelo de cartas no qual baseei a minha vida

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As palavras de Bruno recaem sobre mim como um tufão devastador que põe ao chão todo o meu castelo de cartas no qual baseei a minha vida.

— Mas do que é que você está falando? — Perguntei dando passos amedrontados para trás, me encolhendo junto à parede da cela como um bichinho acuado.

— Ah, Laura, é tão complicado. — disse Bruno fingindo uma personalidade pacífica que ele nunca teve. — Se você não tivesse passado tanto tempo focada nessa sua vidinha de merda, corroendo-se de uma tristeza sem fim, sentindo pena de si mesma e se desculpando a todo momento por fazer tudo errado, talvez tivesse percebido algo de mais relevante em toda essa história. — Bruno colocou o rosto grudado nas grades da cela, olhando para mim como um animal predador esperando a oportunidade perfeita para atacar o animal indefeso que era eu. Por um momento, agradeço por aquelas grades estarem nos separando. — Mas claramente você não está pronta para entender nada disso. Sua inteligência é limitada, Laura, sempre foi. Você não passa de uma garotinha assustada e traumatizada, incapaz de tornar-se um ser pensante e importante. Deveria me agradecer por te dar algum significado hoje e durante o tempo em que namoramos. Se não fosse por mim, você não seria nada. Não teria nada. Estaria na sarjeta, junto com sua família.

— Você não me deu significado nenhum... pelo contrário. Só me anulou. Você só quis que eu me tornasse o que você queria. — Acusei, pondo para fora uma pequena parte da raiva que sinto dele.

— Porque, o que você é, vale menos do que uma lata de lixo revirada por um mendigo, amore mio. — Bruno devolveu a acusação com outra que feriu mais do que uma faca cortando meu interior e abrindo sulcos. Tentei não chorar na frente dele para não parecer minimizada, mas não deu certo. Um choro compulsivo tomou conta de mim ouvindo aquelas coisas horríveis. — Está vendo como você é fraca, Laura? Está vendo porque precisou de mim esse tempo todo? — Bruno disse, de novo parecendo tranquilo e amoroso. Colocando toda a culpa em cima de mim pelo fracasso, pelos fingimentos. — Eu te dei dignidade, Laura. Você não era ninguém quando eu te conheci. Sua família e você viviam como cães de rua, perdidos e famintos, à procura de bondade, de afeto. Eram pessoas que eu deveria passar na rua e pisar em cima, ignorar suas existências inaproveitáveis de tão pequenas que vocês eram.

Sombras Da Morte | Vol. 1 | Saga Forever Young (REESCRITO)Onde histórias criam vida. Descubra agora