10| Premonição

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"Coloque seu coração na minha máquina perfeita

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"Coloque seu coração na minha máquina perfeita. Eu vou te mostrar o que você queria ver. Apenas um espelho até eu conseguir o que precisava. O devaneio não era de mim. Nunca vi nada. Nunca vi nada."

— Perfect Machine,
Starset

Deitada de bruços no sofá da sala de casa, minhas pernas iam e vinham atrás do meu corpo em repouso enquanto os braços trabalhavam no dever de casa e nas dezenas de fórmulas matemáticas que eu tentava solucionar

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Deitada de bruços no sofá da sala de casa, minhas pernas iam e vinham atrás do meu corpo em repouso enquanto os braços trabalhavam no dever de casa e nas dezenas de fórmulas matemáticas que eu tentava solucionar. Apoiado em uma almofada, o notebook. Ligado no YouTube. Nos meus ouvidos, fones tocando alguma música fofa de algum filme clichê romântico. Acendo a tela do celular. É "Dandelions", da cantora Ruth B. 

Nem sei o por quê estou ouvindo esse som, acho que esqueci de desativar a playlist aleatória e a seta acabou errando na escolha. Músicas nesse estilo nunca foram as minhas prediletas. Na verdade, eu passava longe delas e de qualquer insígnia relacionada ao romantismo. Me dava náuseas. Só que, já era o segundo refrão e essa música estava me fazendo lembrar de alguém. 

   Miguel e ele me chamando de "ruiva" hoje de manhã. 

Apoiei meu queixo na mão, pensando no apelido. Claro que já fui chamada de ruiva antes. Era minha característica física mais sobressaída e a primeira a ser predominante quando não sabiam meu nome e queriam se referir diretamente a mim. Algumas vezes me apelidavam de garota das sardinhas no rosto, menina dos olhos verdes, nerd dos livros, mas sempre era ruiva. A garota do cabelo cor de chamas. 

Olho meu reflexo na tela do notebook. A luminosidade do entardecer batia nele e voltava para mim, refletindo nos meus cabelos furiosamente ruivos. Presos de modo frouxo em um coque no alto da cabeça por um elástico de veludo cor creme. Várias mechas escapavam da frouxidão e caíam pelos lados, nas orelhas e na testa. Achei esse detalhe engraçado. Meus fios tinham a exata mesma tonalidade do entardecer no seu ápice. Um laranja vivo, reluzente, puro. Eu poderia muito bem ter mergulhado a cabeça no pôr do sol e respingado a coloração no céu inteiro, usando os cabelos como pincel. 

Ruiva. Miguel poderia ter citado qualquer outra peculiaridade do meu perfil, mas citou essa. A que mais gosto, aliás. E falou de um jeito tão ousado, espontâneo. Ele não notou só a cor extravagante dos fios, ele me notou além dela. 

Sombras Da Morte | Vol. 1 | Saga Forever Young (REESCRITO)Onde histórias criam vida. Descubra agora