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Laura Vancuever e Miguel Burwell nunca se viram. Estavam separados pela fronteira da...
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"Essas chamas ardentes, essas ondas arrebatadoras. Me lavam como um furacão. Eu cativo, você está hipnotizado. Se sente poderoso, mas sou eu de novo. Venha. Me faça deitar. Porque eu conheço esse. Porque eu conheço esse som. No meio da noite. No meio da noite. Basta chamar meu nome. Sou sua para você me domar. No meio da noite."
— MIDDLE OF THE NIGHT, Elley Duhé
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Meus traiçoeiros pés pisam no gramado do campus, tropeçam e me fazem cambalear por alguns metros de grama. Até eu achar sustento no tronco de uma árvore. Encostei-me nela, levantei a cabeça e olhei para cima. Debaixo da sombra das folhas filtrando a luz solar, percebi que meu coração palpitava dentro do peito. Passo a mão nele e me xingo ao verificar as batidas aceleradas através da blusa. Não faço a menor ideia do por quê meu organismo está me trollando desse jeito; mas sei que não é cabível. Passei todos os meus breves e aversivos dezessete anos isenta de emoções mais fortes, reações precipitadas e sentimentos reais e agora estou debaixo dessa árvore. Com a pulsação muito acelerada e a respiração demorando para voltar ao normal. Essa avalanche recaindo sobre mim depois que saí daquelas portas, é assustadora.
Ele é só um cara bonito. Não existem razões maiores para me abalar assim…
Entretanto, acho que não é só beleza. Apesar de este ser um fator preponderante. Ele é… extremamente inteligente. Usa bem as palavras. É autoconfiante. Se veste de forma atraente. E parece ter uma profundidade que ia muito além da aparência. Nunca conheci alguém tão… intenso.
Ele é o professor da turma de ensinos avançados, pare agora mesmo!, berrou o eco da minha racionalidade. No mesmo momento, cortei o fluxo dos pensamentos. Conheço essa história. No início, os caras são carismáticos, educados, retidos. Fazem de tudo para mostrarem suas melhores qualidades. Mas depois, eles revelam quem realmente são. Bruno. São todos como ele. Malvados, abusivos, falsos.
O mesmo coração palpitante ficou gelado ao pensar em Bruno.
— Oi! E aí? — O torpor foi desfeito quando vi Clary surgindo feito um palhacinho da caixa surpresa.
