09 - A Luta

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Vegas

Todos olharam surpresos, inclusive Kim, que antes parecia frustrado. A mulher recém chegada caminhou na direção de Pete, que estava segurando Venice, mas Khun entrou no caminho dela.

- Você não foi convidada e não é bem vinda aqui. - Ele foi rude com ela enquanto Pete virou o corpo, se agarrando na bebê de forma protetora.

- Essa criança é minha filha e tenho o direito sobre ela.

- Você não quer ela, você quer a herança. - Macau a enfrentou.

- Talvez...

A mulher sorriu e empurrou Khun, dando mais passos na direção de Pete.

- Não toque na MINHA FILHA!! - Pete foi feroz.

Segurei o braço dela com raiva, eu sabia que ela queria uma forma de ganhar o dinheiro do meu pai de forma fácil. Essa mulher horrível ainda não cansou de destruir minha família.

- Vai embora ou não respondo pelos meus atos.

- SIM!! VAI EMBORA, SUA INDESEJADA!! - Tankhun gritou na hora que a mulher tirou seu braço das minha mãos.

Porsche e Ché estavam paralisados, eles não acreditavam que alguém podia ser tão ruim assim com uma criança indefesa. Kinn se aproximou da mulher educadamente e de forma serena.

- Aconselho que contrate um advogado. Por favor, não piore as coisa.

- Korn te criou bem, ao contrario desses ingratos mal educados que Kan chama de filhos. - A mulher suspirou, se virou para Kinn e falou provocativamente. - Além disso, onde está seu pai? Quero tratar esse assunto diretamente com ele.

- No momento ele está viajando, incomunicável, mas irei repassar os acontecimentos.

A mulher virou para Pete, se sentindo superior e mais importante que todos naquela sala.

- Você não vai ficar com minha filha!! Ela é minha!! Você não a pariu, você não é nada para ela!!

Pete começou a tremer e Venice começou a chorar. Tive que me conter para não bater nela e vi Macau fazendo o mesmo. Kinn convenceu a mulher a se retirar, mas levou um tempo até Pete largar a criança. Macau e Khun acalmaram e colocaram a bebê para dormir.

Minha vontade era torturar aquela desgrçada por ousar a fazer mal a minha família. abracei Pete com força e prometi a ele que nada iria acontecer, mesmo sem ter certeza do futuro. depois disso ele quase não dormiu e comeu por dias com medo de perder a bebê de vista.

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Kinn foi o ultimo a entrar na sala de reunião. Tankhun, Kim e Porsche já estavam presentes, todos esperando para saber o que a família iria fazer. Eu andava de um lado para o outro pensando em todas as possibilidades para resolver aquele problema. Inclusive, estaria disposto a encomendar a morte da vadia.

- Qual a situação? Falou com os advogados que indiquei? - Kinn quis saber.

- Sim. - Suspirei. - A lei é favorável a mãe biológica.

- Isso é um absurdo!! - Khun bateu na mesa enquanto Kinn se sentou ao lado de Porsche.

- E por quê vocês não se casam e adotam ela? - Perguntou Porsche.

- Por que a lei não permite casamento LGBT. - Kim respondeu de forma apática.

- Não sabia que estávamos tão atrasados....  

Parei de andar e contemplei a janela, sem olhar para algo especifico, estava preso em meus pensamentos. Aquela vadia sempre quis destruir minha família e parece que agora vai conseguir de forma legal pois as leis estão a seu favor. Fechei minhas mãos e apertei com força.

- Todo mundo merece ser feliz e respeitado!! - Tankhun começou a falar alto e pelo reflexo da janela vi Porsche olhar brevemente para Kinn. - Esse governo que ainda não aceita o casamento homoafetivo é uma vergonha, uma palhaçada!! As leis precisam mudar urgentemente!

- Como está Pete? - Porsche se aproximou de mim e perguntou.

- Ele continua muito apegado a Venice. Ele tem medo de sair de perto dela e até mesmo evita ir na rua pois acha que aquela vadia vai levar a bebê embora.

Tankhun bufa, Kinn suspira, Porsche me olha preocupado. 

- Mesmo que vocês não se casem, acho possível adotar a menina. - Kim comentou e todos olharam para ele. 

- Verdade!! Me tornei o responsável legal de Ché depois de completar a maioridade. - Porsche se lembrou.

- Sim!! Isso!! - Tankhun concordou. - Vamos fazer isso!!

- Mas vocês eram órfãos e a mãe biológica ainda não faleceu. - Kinn lembrou.

- Entretanto... Ela pode perder por abandono de incapaz e o Vegas, como parente mais próximo tem testemunhas e provas o suficiente de que que cuidou da criança. - Kimham finalizou e os presentes aguardaram uma resposta minha.

- Eu não planejava ter filhos...

- Você cuidou muito bem do Macau,  vai saber o que fazer. - Porsche incentivou. - Além disso, é o único parente que poderia ter a guarda dela.

- Acho que os funcionários da segunda família gostam muito de você e do Pete. Eles podem testemunhar a favor, afinal, sabem como ela tratava você e o Macau. - Kim lembrou, ele passava muito tempo com os funcionários e aliados da segunda família.

- Dr. Top também pode dizer que ela rejeitou Venice. - Tankhun falou.

Fiquei pensativo, não gosto da ideia de ter que adotar Venice, a principio, nem queria ela na minha vida. E essa também poderia ser uma oportunidade de me livrar dela.

- Essa é uma decisão sua! - Kinn falou.

- Se precisarem de algo, estaremos aqui. - Porsche apoiou.

- Mas, se você deixar aquela mulher levar Venice embora, Pete vai sofrer muito. E saiba que eu vou te matar com minhas próprias mãos. - Tankhun ameaçou.



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