05 - Promessas

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Vegas

Cheguei no ponto de encontro, o mesmo prédio abandonado das outras vezes, ele ficava no lado oeste da cidade. Como sempre, Porsche estava sentado em uma mureta fumando e olhando a paisagem. Mesmo possuindo um grande cargo na família principal ele mantinha aquela pose da época em que frequentava brigas de rua. 

- Demorou, papai!! - Ele sorriu de forma travessa ao implicar comigo.

- Pete me fez trocar a fralda de Venice.

- Quem diria... - Porsche riu e jogou o cigarro no chão.

Balancei a cabeça e olhei para pros lados, verificando o perímetro.

- Só tem nós dois. - Ele afirmou. Sentei na mureta ao lado dele. - Kinn também não sabe que estou aqui.

- Ótimo! agora podemos falar sobre sua vida de casado! - Falei sarcástico. 

Porsche me deu um soco de leve e depois desceu da mureta, caminhou até um isopor e pegou duas garrafas de cerveja.

- Aqui estão!! Vamos relaxar.

Ele me entregou uma garrafa e voltou para a mureta. Ficamos um tempo em silencio, observando a paisagem, vendo os carros em um viaduto distante.

- Não importa o que aconteça, você promete cuidar deles? - Perguntei pensando em Pete, Macau e Venice.

- O quê? Por quê você está falando isso? - Porsche se surpreendeu e eu suspirei.

- As coisas estão muito boas... Estou feliz e tenho medo de isso não durar. - Tomei um gole de cerveja. - As vezes penso no período que fiquei em coma, em todas as dificuldades que fiz eles passarem. Acho que você é a pessoa que mais confio para isso e também é amigo do Pete.

Porsche suspirou e colocou a mão no meu ombro.

- Entendo. Mas não precisa ficar inseguro. É claro que eu cuidaria deles, mas, na verdade, não sei se o Pete precisaria... Ele sabe se cuidar muito bem. Aliás, seus guardas costas preferem ajoelhar para ele do que para qualquer outra pessoa. - Porsche o confortou.

Sorrimos juntos ao lembrar disso. Pete realmente pode tomar conta de tudo, da casa, da família, dos negócios. Na época em que estava no hospital, Pete gerenciou muito bem, mesmo com o estresse e tensão que estava sofrendo. Não é atoa que ele era o chefe dos guardas costas do primeiro filho. 

Admiro tanto a força, determinação e a lealdade de Pete. Ele é a única pessoa que poderia manter tudo funcionando e me fazer feliz.

Quando voltei para casa, reencontrei aquele sorriso que eu tanto amava e meu coração acelerou. No momento seguinte eu estava abraçado com Pete. Desejava nunca mais sair dos braços dele. 

- Promete que nunca vai me deixar?

- Como eu poderia? - Ele sussurrou e acariciou meu cabelo. - Tive muitas oportunidades, mas acho que não sou capaz de fazer isso.

Eu sorri e nos afastamos. Queria ver seu rosto. Pete me beijou carinhosamente nos lábios e encostou sua testa na minha, olhando nos meus olhos.

- Te amo! 

- Também te amo! Todos nós te amamos, não se esqueça disso. - Ele respondeu, parecia que sabia exatamente o que eu pensava.

Naquele momento Pete me lembrou da coisa mais preciosa que tinha: minha nova família.

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