Prólogo

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Sana despertou naturalmente, como se sua mente tivesse estalado. Havia tido um sonho, na verdade, era mais como uma lembrança.

"Quando eu olhava para ela, incrivelmente ela sempre me pegava no flagra. Talvez, de tanto eu encarar ela, ela acabou entendendo o que eu queria e resolveu se aproximar. Ou só estava querendo passar o tempo enquanto esperava o ônibus.

— O que você quer? Por que tá me encarando toda hora? — Opa, ela parecia meio irritada.

— Eu quero conhecer você — sorri.

Não sabia que eu encontraria alguém tão pra frente nos dias de hoje.

Então, eu posso?"

Isso foi há sete anos.

Sana levantou-se, calçando suas pantufas, e caminhou até a sala com um semblante cansado. Não, não era cansaço físico. Estava cansada de sua rotina. Havia acordado novamente depois de Tzuyu, nem a viu sair para o trabalho.

Apesar de tudo, não se sentia chateada; com raiva. Sentia-se triste, isso era verdade. Sentou-se no sofá, pegando o pequeno pedaço de papel que havia ao lado, sobre a mesinha redonda com flores que enfeitavam a sala. Ela viu a letra de sua namorada e diria que foi escrita às pressas.

"Precisamos terminar a conversa de ontem à noite, estávamos com nossas cabeças quentes. Estarei em casa às nove".

Sana suspirou. Tzuyu havia corrigido o horário três vezes, como se nem ela soubesse exatamente que horas chegaria. De caneta, ela riscou as "dez", depois ao lado, "nove e meia", e por último,"nove e quinze". Para no fim deixar nove horas no papel.

Deixando o papel de lado, ela jogou sua cabeça para trás, apoiando no encosto do sofá. O silêncio era gritante, sentia-se só. Sua mente vagava pelos últimos acontecimentos.

A conversa com sua amiga no ano retrasado que ficou marcada em sua memória.

"Como saber que está tudo acabado?

— O quê? — Jihyo franziu o cenho com a pergunta de Sana.

— Eu quero dizer, você e o seu ex. — Fazia um mês que a Park e o Kang haviam se separado.

— Ah... — Jihyo apoiou o queixo sobre a mão, pensativa. — Eu percebi que estava vivendo nas lembranças do passado, sabe? Quando eu pensava mais no passado no que nas coisas como estavam ultimamente. Não são as mesmas, eu prefira como eram antes. E foi aí que eu soube.

— Entendo... Me desculpa por perguntar do nada assim.

— Está tudo bem, Daniel é passado e isso não é mais um assunto delicado. Mas agora fiquei preocupada com a sua pergunta. — A feição de Jihyo mudou. — Está tudo bem entre você e a Tzuyu?

?! Claro que está! — Sana quase gaguejou. Não pensava em se separar de sua namorada tão cedo. Ou melhor, nunca!

Fica tranquila, você e a Tzu foram feitas uma para a outra, acabaram de completar quatro anos! Vão durar para sempre!

Sana realmente achou que iriam durar para sempre.

Quase um ano depois, ela caminhava pelo shopping resolvendo os últimos preparativos para o jantar de aniversário que tinha planejado para elas.

Comprou flores, reservou a mesa no restaurante...

Seria tudo perfeito se Tzuyu não se atrasasse, como frequentemente andava fazendo nos últimos meses. Nas trocas de mensagens, Sana perguntava por ela, que sempre pedia alguns dez, vinte, trinta minutos... Mas nunca cumpria. A Minatozaki já estava com fome, sua frustração só aumentando. Tzuyu pedia desculpas, mas sempre acompanhadas de "só mais alguns minutos".

Quarenta e Oito Horas | SatzuOnde histórias criam vida. Descubra agora